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MELHORES E MAIORES 50 anos: Plano Collor, confisco e Zélia Cardoso de Mello foram temas da maioria das conversas em 1990

O pacote econômico imposto logo no início do mandato de Fernando Collor de Mello congelou preços e salários e bloqueou investimentos, entre outras medidas

Fernando Collor: o jovem presidente tinha 40 anos em 1990 (JULIO PEREIRA/AFP/Getty Images)

Fernando Collor: o jovem presidente tinha 40 anos em 1990 (JULIO PEREIRA/AFP/Getty Images)

Da Redação
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Redação Exame

Publicado em 17 de julho de 2023 às 16h00.

Última atualização em 15 de agosto de 2023 às 15h35.

No segundo turno da primeira eleição direta para presidente depois de 29 anos, Fernando Collor de Mello (PRN) ficou com 53,03% dos votos e Luiz Inácio Lula da Silva com 46,97%. O primeiro assumiu a Presidência no dia 15 de março de 1990. Tinha 40 anos na época, o que fez dele o mais jovem a comandar o país.

Ele foi eleito se apresentando como um "caçador de marajás", alguém que estaria determinado a enquadrar os funcionários públicos que recebiam salários estratosféricos. Chegou a anunciar, com estardalhaço, a cobrança de US$ 140 milhões que usineiros deviam ao Banco do Estado de Alagoas.

Com a troca de comando no Palácio do Planalto, Maílson da Nóbrega deu adeus ao Ministério da Fazenda e em seu lugar assumiu Zélia Cardoso de Mello. O controverso Plano Collor foi anunciado no dia seguinte ao da posse e aprovado pelo Congresso em abril.

Em resumo, o pacote impôs um bloqueio das cadernetas de poupança, das contas-correntes e de investimentos superiores a CR$ 50 mil por 18 meses, com promessa de liberação posterior. Salários e preços foram congelados e a moeda voltou a ser chamada de Cruzeiro (Cr$), mantida a paridade com o Cruzado Novo. A inflação acumulada do ano de 1990 foi de 1.476,56%.

Nas páginas da MELHORES E MAIORES

Parte do grupo Vicunha, a Elizabeth S.A. foi a campeã da edição daquele ano do anuário MELHORES E MAIORES. Quando foi adquirida pelos irmãos Steinbruch, em 1947, se resumia a uma pequena indústria têxtil.

Com seus 27 teares não exatamente novos e 40 funcionários, a Elizabeth logo passou a funcionar num prédio alugado na Rua XV de Novembro, no município de São Roque. Mas não demorou para os irmãos modernizarem o negócio, o que deu origem à Vicunha, fundada em 1967 e transformada em uma das maiores indústrias têxteis do mundo.

A sede em Maracanaú, no Ceará, onde fica a maior unidade fabril, foi fundada em 1982. Aproveitando a fase de crescimento, a companhia apostou muitas fichas na época em mais duas cidades cearenses, Pacajus e Natal.

De lá para cá, o grupo montou operações fabris na América Latina e inaugurou filiais comerciais em países da Europa e da Ásia. Em 2001, todas as empresas da holding passaram a ser chamadas de Vicunha. Tá explicado porque muita gente não lembra mais da Elizabeth S.A. ou sequer ouviu falar da companhia.

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