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Planejamento manda cortar ponto de grevistas do IBGE

Nesta segunda-feira, 26, novas unidades confirmaram adesão à paralisação por tempo indeterminado


	Trabalhador do Censo, do IBGE: metade das 32 unidades do órgão já aprovou a greve
 (Divulgação/IBGE)

Trabalhador do Censo, do IBGE: metade das 32 unidades do órgão já aprovou a greve (Divulgação/IBGE)

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Da Redação

Publicado em 26 de maio de 2014 às 17h27.

Rio - O Ministério do Planejamento ordenou o corte do ponto dos servidores grevistas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), segundo a presidente do instituto, Wasmália Bivar.

Nesta segunda-feira, 26, novas unidades confirmaram adesão à paralisação por tempo indeterminado. Metade das 32 unidades do órgão já aprovou a greve.

No Rio de Janeiro, que concentra cerca de 50% dos funcionários do IBGE distribuídos entre cinco unidades, quatro já aderiram ao movimento.

"O Ministério do Planejamento já mandou assinalar 'falta greve' no ponto dos grevistas e cortar salário na próxima folha de pagamento", afirmou Wasmália a jornalistas.

De acordo com o Sindicato Nacional dos Trabalhadores em Fundações Públicas Federais de Geografia e Estatística (ASSIBGE), os servidores pedem a saída imediata de Wasmália da presidência do órgão, assim como dos membros do Conselho Diretor e de chefes de unidade com mais de quatro anos no cargo.

Diante dessa reivindicação, a direção se diz de mãos atadas para mediar a negociação entre os funcionários e o Ministério do Planejamento, ao qual o IBGE é subordinado.

"O 'Fora Wasmália' nos inviabilizou como instância de negociação. Essa pauta inviabiliza qualquer negociação. Nós só fomos comunicados dessa pauta na sexta-feira", disse Wasmália, para quem a pauta de reivindicações do sindicato tem motivação política e não atende a interesses emergenciais dos servidores, como melhora dos benefícios e de gratificações de funcionários de nível superior.

A presidente do órgão diz que não há diálogo em andamento entre o sindicato e a Secretaria de Relações do Trabalho do Ministério, porque a categoria teria assinado um acordo em 2012 que fechava as negociações salariais até o ano que vem. Portanto, não há previsão de solução para o impasse.

A direção do IBGE defendeu que a greve é um instrumento legítimo para defender os direitos dos trabalhadores, mas que é preciso ter clareza nos objetivos que se pretende alcançar.

Segundo Wasmália, a descontinuidade de indicadores como o IPCA seria um desastre, assim como deixar de divulgar o PIB prejudicaria a política econômica e não apurar a produção agrícola mexeria com preços dos mercados internacionais.

"Que decisões os agentes públicos e privados vão tomar no curtíssimo prazo? Tirou a bússola deles, que decisões eles vão tomar?", exemplificou.

"Nós estamos trabalhando para que não tenha nenhuma descontinuidade das pesquisas conjunturais do IBGE", garantiu ela.

Segundo o IBGE, só será possível mensurar a adesão à greve a partir de amanhã, através do controle do ponto eletrônico dos servidores.

Mas a direção garante que a paralisação corre de forma parcial e que, se for necessário, o instituto deslocará servidores a estados mais afetados para garantir a coleta das informações.

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