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Planalto tenta garantir ao menos 1/3 de votos no Senado

Votação deverá afastar presidente Dilma por 180 dias durante processo, mas não é suficiente para aprovar o impeachment


	Dilma Rousseff: Votação deverá afastar presidente por 180 dias durante processo, mas não é suficiente para aprovar o impeachment
 (Igo Estrela/ Reuters)

Dilma Rousseff: Votação deverá afastar presidente por 180 dias durante processo, mas não é suficiente para aprovar o impeachment (Igo Estrela/ Reuters)

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Da Redação

Publicado em 23 de abril de 2016 às 11h30.

Brasília - O Palácio do Planalto terá trabalho para reverter no Senado a ampla desvantagem que tem hoje e evitar a aprovação do impeachment da presidente Dilma Rousseff.

O Placar do Impeachment, publicado pelo jornal O Estado de S. Paulo, aponta que além de já haver número mínimo de votos necessários à abertura do processo, há também tendência de que a oposição conseguirá, com placar apertado, os 2/3 necessários para que seja efetivado o afastamento.

Ao todo, 48 senadores são favoráveis ao impeachment, sete a mais que os 41 necessários para a abertura do processo na votação que deve acontecer em maio.

Se aprovada a abertura, Dilma é afastada por 180 dias enquanto corre o processo.

Este número, no entanto, não é suficiente para aprovar o impeachment propriamente dito. Na votação que deverá acontecer em setembro ou outubro são necessários 54 parlamentares a favor.

Ausências e abstenções contam como votos contra. Vinte senadores declararam voto pelo arquivamento do processo, segundo o placar.

Acontece que o Placar do Impeachment aponta um universo de 15 senadores cujos votos são desconhecidos publicamente. Cinco deles se dizem indecisos e outros 10 não quiseram responder.

Neste grupo, são considerados votos certos a favor do impeachment os senadores Zezé Perrela (PTB-MG) e Fernando Collor de Mello (PTC-AL).

Entre que se dizem indecisos ou não declaram posicionamento há sete senadores do PMDB, partido do vice-presidente Michel Temer. Entre eles o presidente da Comissão Especial do Impeachment, Raimundo Lira (PB) que declarou voto a favor do afastamento da presidente.

Se todos os peemedebistas desse grupo votarem a favor, o número de senadores favoráveis ao impedimento sobe para 53 - um a amenos que o necessário para o afastamento.

Além disso, há um senador do PP, partido que na Câmara fechou questão pelo impeachment, e dois do PTB, sigla que orientou a bancada a votar pelo impeachment.

O governo dá como certa a aprovação da admissibilidade em maio e aposta todas as fichas para garantir ao menos 27 votos para derrubar o processo após 180 dias de governo provisório de Michel Temer.

A expectativa é que não haja traições como ocorreram na votação na semana passada. Nas contas do Planalto, serão 28 votos os votos contra o impeachment - o que daria um resultado apertadíssimo pró-governo.

"Esperamos que se abra um debate jurídico sobre o assunto, diferente do que aconteceu na Câmara", disse o senador Lindbergh Farias (PT-RJ).

Os governistas apostam nas pesquisas de opinião, que apontam baixa aprovação de Temer, o que poderá dar força à ideia do Diretas Já. "Temer será o governo da crise", disse Farias. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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