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Planalto não fala em pontos negociáveis da reforma da Previdência

A estratégia do governo é endurecer as conversas com o Congresso agora para, mais à frente, abrir mão de alguns pontos em troca do apoio necessário

Temer: na terça-feira, 21, o presidente recebeu 43 parlamentares governistas na tentativa de "manter a tropa de choque alinhada" (./Getty Images)

Temer: na terça-feira, 21, o presidente recebeu 43 parlamentares governistas na tentativa de "manter a tropa de choque alinhada" (./Getty Images)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 22 de fevereiro de 2017 às 13h08.

Brasília - O Palácio do Planalto sabe que o Congresso fará mudanças no texto da reforma da Previdência, mas a orientação é manter posição firme em relação a negociações, ao menos neste momento inicial da tramitação.

A estratégia é endurecer as conversas agora para, mais à frente, abrir mão de alguns pontos em troca do apoio necessário. Qualquer mudança constitucional precisa de 308 votos favoráveis no plenário da Câmara.

Para os deputados, a idade mínima - 65 anos - e a regra de transição são os pontos mais nevrálgicos. Mas o segredo sobre quais aspectos da reforma são "negociáveis" tem sido mantido a sete chaves pelo governo.

Na terça-feira, 21, o presidente da República, Michel Temer, recebeu 43 parlamentares governistas na tentativa de "manter a tropa de choque alinhada".

Na semana passada, a eficiência da oposição em obstruir os trabalhos ficou evidente, ao mesmo tempo que a base pouco atuou para "proteger" os representantes do governo que estavam na comissão especial. Pelo contrário, muitos governistas engrossaram o coro contra as mudanças.

"Foram colocados claramente hoje, para todos, os problemas, a falta de alinhamento de parlamentares que dão apoio ao governo e que na comissão estão tendo comportamento diferente. Óbvio que vamos fazer esse alinhamento", disse o deputado Pauderney Avelino (DEM-AM), que participou da reunião.

O jornal O Estado de S. Paulo apurou que articuladores do governo tentaram promover a reunião com a base antes do início dos trabalhos na comissão.

Agora, o diagnóstico é que o "diálogo de alinhamento" ocorreu tarde demais. O Planalto, no entanto, é mais otimista. Nos bastidores, diz-se que o governo "ainda não ligou o trator".As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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