Refinaria da Petrobras em Pasadena: telegramas revelam reuniões e missões enviadas ao Brasil diante da possibilidade de a Petrobras comprar a refinaria (Agência Petrobras / Divulgação/Divulgação)
Da Redação
Publicado em 8 de abril de 2014 às 19h44.
Brasília - O Palácio do Planalto não vai comentar a informação de que, segundo telegramas do Wikileaks, a Casa Branca consultou Dilma Rousseff, a então ministra da Casa Civil e presidente do conselho da Petrobras, antes de autorizar a aquisição de um refinaria norte-americana em Pasadena pela estatal brasileira.
Telegramas confidenciais da diplomacia americana obtidas pelo grupo Wikileaks revelam reuniões e missões enviadas ao Brasil pela Casa Branca diante da possibilidade de a Petrobras comprar a refinaria nos Estados Unidos. Outro consultado, conforme o Wikileaks, foi o ex-diretor internacional da Petrobras, Nestor Cerveró, epicentro da atual crise.
Conforme informou o correspondente de O Estado de S. Paulo em Genebra, Jamil Chade, o governo dos Estados Unidos buscou garantias da parte de Dilma Rousseff em 2006 quando ela ainda era presidente do Conselho da Petrobras antes de dar o sinal verde para que a empresa brasileira comprasse uma refinaria em Pasadena. Telegramas confidenciais da diplomacia norte-americana obtidas pelo grupo Wikileaks revelam reuniões e missões enviadas ao Brasil pela Casa Branca diante da possibilidade de que a estatal brasileira comprasse a refinaria americana. Outro consultado foi o ex-diretor internacional da Petrobras, Nestor Cerveró, epicentro da crise.
Um dos telegramas de 12 de junho de 2006 é explícito em relação ao assunto já em seu título: "A Aquisição da Petrobras da Pasadena Refining Systems". O documento foi enviado pela embaixada americana em Brasília ao Departamento de Estado norte-americano e relata os encontros de ministros e delegações de Washington com autoridades nacionais, entre elas Dilma Rousseff.
Uma das preocupações se referia à atuação da Petrobras concorrendo contra interesses americanos na América Latina e tirando proveito justamente do fato de que governos da região começavam em 2006 a nacionalizar investimentos americanos. O temor era de que esses governos, uma vez recuperados os ativos de empresas americanas, repassariam os investimentos para a Petrobras.