Michel Temer: o presidente se disse perseguido (Ueslei Marcelino/Reuters)
Estadão Conteúdo
Publicado em 12 de julho de 2017 às 16h43.
Brasília - A decisão do juiz Sérgio Moro de condenar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva a 9 anos e seis meses de prisão ainda está sendo avaliada por interlocutores do presidente Michel Temer.
No Planalto, a notícia foi celebrada por alguns auxiliares, mas vista com cautela por outros.
Na linha do que a notícia pode trazer de positivo para Temer está entre os argumentos o fato de o presidente sair do foco da crise política, já que a repercussão da sentença de Lula deve ganhar espaço.
Além disso, argumentam que a oposição agora vai ter que focar em fazer a defesa do petista e perderá fôlego para as críticas contra o presidente.
Por outro lado, um interlocutor do presidente reconhece que a decisão mostra que há uma mudança de paradigmas no país e que políticos estão cada vez mais sujeitos a decisões judiciais.
Segundo essa fonte, é inegável que uma decisão de condenar Lula abre precedente para que outros políticos como o próprio Temer e seus ministros que são investigados também sejam condenados.
Há ainda a narrativa de que é preciso cautela ao se posicionar a favor ou contra da decisão já que a classe política está em guerra com o Judiciário.
Após ser denunciado pelo Procurador-Geral da República, o presidente Michel Temer se disse perseguido e tem feito nos bastidores acusações de abuso por parte de Janot e também no ministro do Supremo, Edson Fachin, que autorizou a abertura de inquérito contra ele.