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Piscina do Pacaembu reabre sem alvará e atrai público por boca a boca

Espaço tem funcionado, sem necessidade de agendamento prévio, graças a autorização da secretaria de Esportes e Lazer da prefeitura

Palavra-chave: piscina do Pacaembu reabre com público atraído por boca a boca (Secretaria Municipal de Esportes e Lazer/SP)

Palavra-chave: piscina do Pacaembu reabre com público atraído por boca a boca (Secretaria Municipal de Esportes e Lazer/SP)

Agência o Globo
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Publicado em 13 de fevereiro de 2025 às 19h57.

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Na semana em que o calor passa dos 30ºC na cidade de São Paulo, alguns sortudos têm se refrescado nas águas da piscina olímpica do estádio do Pacaembu — todos informados sobre a reabertura parcial do espaço no esquema "boca a boca". Motivo de embates na época da concessão do estádio, em 2019, a piscina reabriu nesta semana em alarde, sem anúncio oficial, sem post nas redes sociais e após quase cinco anos fechada para reforma.

"Ouvi o boato por meio de um amigo que mora aqui perto, que também ouviu o boato de um outro amigo e a gente está assim, espalhando a notícia", diz a maquiadora Josiane Portalupi.

No mês passado, a Allegra Pacaembu, concessionária que administra o estádio (rebatizado de Mercado Livre Arena), informou que seria necessário um alvará definitivo para a reabertura do clube social. O alvará ainda não existe, mas a piscina está aberta graças a uma medida do secretário municipal de Esportes e Lazer, Rogério Lins.

Em 28 de janeiro, Lins emitiu uma autorização para o evento “Agita Pacaembu”, agendado para acontecer entre 29 de janeiro e 28 de fevereiro, das 6h às 22h. O secretário se baseou em um decreto de 2008, que prevê que os eventos públicos e temporários promovidos pela prefeitura “poderão ser autorizados diretamente pelo titular da pasta” responsável por sua promoção. Não houve, porém, nenhum anúncio da prefeitura sobre o evento e o clube social do estádio apenas reabriu, sem alarde. A Allegra afirmou que a piscina está aberta desde o início de fevereiro, e não forneceu mais detalhes. Segundo funcionários, o local recebe banhistas desde 27 de janeiro e opera das 7h30 às 19h.

Desafios na infraestrutura e acessibilidade

Um despacho da divisão de engenharia da pasta destacou, em 28 de janeiro, que a concessionária ainda não havia emitido o certificado de conclusão de obras do complexo esportivo Pacaembu, e que isso ainda precisará ser feito, mas concluiu que era possível autorizar o evento da gestão municipal. Além do horário, outras regras exigidas são o respeito aos limites de ruído e que o acesso dos visitantes sejam “totalmente isolados das obras” em andamento.

A reportagem esteve no local na quarta-feira, 12. Bastou passar pelos portões principais do estádio, caminhar pelo canto do gramado até a área do clube social, subir as escadas e chegar até o espaço, que está com cheiro de novo.

Portalupi levou outros dois amigos à piscina, o cenógrafo Mario Mantovani e o produtor Felipe Montela, para curtir o fim de tarde de quarta. Além do trio, também davam braçadas professores de educação física como Paulo Santos, outro que chegou ali por meio do boca a boca.

"Amigos postaram que estavam nadando aqui pelo Instagram. Tinha visto pela internet que teria que baixar um aplicativo, fazer um cadastro, mas perguntei aqui e disseram que é só chegar", diz Santos.

App e agendamento: falta de opções e estrutura

Em janeiro, a concessionária responsável pela gestão do espaço informou que o uso do equipamento ocorreria mediante agendamento por aplicativo, onde seria necessário o envio de exame dermatológico. Por enquanto, o app Mercado Livre Arena Pacaembu não mostra essas opções.

A corretora de imóveis Carla Rebeca Moreira se mudou há dois anos para a região do Pacaembu e, desde então, só escutava as histórias dos tempos em que a piscina era aberta ao público. O espaço sempre foi um tradicional ponto de atividade física da cidade.

"Vim aqui no último final de semana e descobri por um segurança que estava funcionando", diz Carla.

Os vestiários estão operando. Contam com armários de alumínio para que os visitantes deixem os pertences, além de chuveiros com água quente. O caminho até o vestiário é que ainda está com cara de reforma, com um trecho de terra batida e uma lona que cria um corredor estreito até o espaço, que pode ser acessado pela parte de trás de uma das arquibancadas.

Na hora do mergulho, um salva vidas vai ao encontro do frequentador. Pede nome completo, CPF e data de nascimento. Explica que os pertences precisam ser deixados nas arquibancadas e deseja um bom treino. Na piscina, a água tem uma temperatura agradável. Mas, na hora de sair, faz falta uma escadinha. Os banhistas precisam estar com os braços em dia para se pendurar pelas bordas.

"Tenho problema no ombro, o que dificulta sair da piscina desse jeito. Antes (da reforma) tinha escada. Precisa melhorar a acessibilidade. Frequentei aqui desde os anos 1990, até fechar para a reforma", diz o consultor de recursos humanos Marcelo Feitosa, que ficou sabendo da abertura por meio de um amigo, quando nadava em outra piscina pública, no Ibirapuera.

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