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Picciani cobra apoio de tucanos a eventual governo Temer

O deputado reiterou que a presidente não cometeu crime de responsabilidade e afirmou que "a Câmara errou" ao decidir que pelo prosseguimento do processo


	Leonardo Picciani: o peemedebista disse ainda que a atual crise se deve não só a erros do governo, mas também da oposição
 (Divulgação/Câmara dos Deputados)

Leonardo Picciani: o peemedebista disse ainda que a atual crise se deve não só a erros do governo, mas também da oposição (Divulgação/Câmara dos Deputados)

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Da Redação

Publicado em 25 de abril de 2016 às 20h46.

Rio - Líder do PMDB na Câmara, o deputado Leonardo Picciani (RJ) criticou nesta segunda-feira, 25, setores do PSDB que apoiam o impeachment da presidente Dilma Rousseff, mas pregam independência em um eventual governo de Michel Temer.

Fazem parte desse grupo o governador Geraldo Alckmin e o presidente do partido, senador Aécio Neves (MG), derrotado por Dilma na disputa presidencial de 2014.

Em outra frente, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e o senador José Serra (SP) sustentam que, se Temer aceitar propostas feitas pelo PSDB e houver convite, tucanos devem fazer parte do novo ministério.

"O PSDB fez críticas dizendo que o problema do País era a presidente. Se não for ela (Dilma) a presidente, me parece que cabe a eles (PSDB) ajudarem na reconstrução do País, senão vai ficar muito nítido que o problema do País também eram aqueles que trabalhavam pelo quanto pior melhor", afirmou Picciani.

O peemedebista disse ainda que a atual crise se deve não só a erros do governo, mas também da oposição.

Segundo ele, a oposição jamais se conformou com o resultado das eleições, apostou no quanto pior melhor, votou inclusive contra bandeiras históricas do PSDB e apostou em cenário de caos para que pudesse retornar ao poder.

"Os partidos da oposição agiram de forma absolutamente mesquinha com o País, botaram seu interesse político de retomar o poder à frente da agenda do País. Isso não pode acontecer na possibilidade de o vice-presidente assumir a Presidência", afirmou Picciani, entrevistado no programa "Deles e Delas", na Rede CNT, que vai ao ar no próximo sábado.

Embora tenha feito parte da minoria de deputados do PMDB que votou contra o impeachment, Picciani disse que não se sente ameaçado na liderança do partido e garantiu que a bancada estará unida na sustentação de um possível governo Temer.

O deputado reiterou a tese de que a presidente Dilma não cometeu crime de responsabilidade e afirmou que "a Câmara errou" ao decidir que pelo prosseguimento do processo, agora em discussão no Senado. Mas elogiou Temer e prometeu apoio ao companheiro de partido.

"Mesmo sendo do partido dele (Temer), votei contra o impeachment, não porque acho que ele não tem capacidade de governar, ao contrário, se acontecer, ele tem total capacidade de cumprir sua função, eu o apoiarei e o PMDB estará unido nesse apoio", afirmou.

Questionado sobre o futuro do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), Picciani disse que não faz "pré-julgamento".

Cunha responde a processo por quebra de decoro parlamentar no Conselho de Ética e é alvo de inquéritos no Supremo Tribunal Federal (STF) por suspeita de envolvimento no esquema de corrupção investigado pela Operação Lava Jato.

"Seria fundamental que se conclua o procedimento aberto na Casa sobre quebra de decoro, com o Conselho de Ética cumprindo seus prazos regimentais e o plenário decidindo se ele é inocente ou culpado. A outra parte é a denúncia do STF e ele está respondendo. Cabe ao Supremo fazer o julgamento o mais rápido possível", afirmou.

Para Picciani, a proposta de emenda à Constituição (PEC) que prevê antecipação das eleições presidenciais, feita por senadores independentes na semana passada, é "utopia política" sem viabilidade jurídica.

"Do ponto de vista da utopia política, uma nova eleição sempre legitima o resultado que dela decorre. Mas há um impedimento quase insuperável: não temos previsão no nosso ordenamento jurídico para que ocorram novas eleições. Mudar a regra com um mandato em andamento, isso sim seria um golpe (...) A ideia parece muito bonita à primeira vista, mas não tem previsão legal."

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