Brasil

PGR vai ao STF para suspender voto impresso nas eleições

Dodge argumentou que a medida, prevista numa lei aprovada em 2015, é inconstitucional e representa um "retrocesso" na disputa eleitoral

Urna eletrônica: a ação foi distribuída no STF ao ministro Luiz Fux, o novo presidente do TSE. (Divulgação/Divulgação)

Urna eletrônica: a ação foi distribuída no STF ao ministro Luiz Fux, o novo presidente do TSE. (Divulgação/Divulgação)

R

Reuters

Publicado em 5 de fevereiro de 2018 às 16h36.

Brasília - A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, entrou nesta segunda-feira com uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF) a fim de suspender a obrigatoriedade de impressão do voto nas próximas eleições.

Dodge argumentou que a medida, prevista numa lei aprovada em 2015, é inconstitucional e representa um "retrocesso" na disputa eleitoral, com a ampliação da possibilidade de fraudes e ameaça ao sigilo da manifestação do eleitor.

Para a procuradora, as "inúmeras intercorrências possíveis" com a reintrodução do voto impresso e a consequente quebra do sigilo constitucional do voto colocam em risco a confiabilidade do sistema eleitoral e a segurança jurídica.

"A implementação da mudança potencializará falhas, causará transtornos ao eleitorado, aumentará a possibilidade de fraudes, prejudicará a celeridade do processo eleitoral. Elevará, ainda, as urnas em que a votação terá que ser exclusivamente manual", disse a ação.

"Conclui-se que a obrigatoriedade do voto impresso não servirá ao propósito de conferir a higidez do processo de votação eletrônica e, ainda, causará entraves e embaraços ao sistema de apuração", completou.

Na ação, a procuradora-geral pede a concessão de uma liminar para suspender a medida e cita o fato de que, na eleição deste ano, apenas 5 por cento das urnas contarão com voto impresso. Um estudo divulgado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), citada na ação, indicou que a adoção do modelo em todo o país custaria 1,8 bilhão de reais.

"Por conseguinte, é imperiosa a concessão de medida cautelar para suspender a eficácia da norma legal, inclusive para que sejam sustados os procedimentos administrativos em curso para a sua implementação", disse a chefe do Ministério Público Federal.

A ação foi distribuída no STF ao ministro Luiz Fux, o novo presidente do TSE.

Acompanhe tudo sobre:Eleições 2018PGR - Procuradoria-Geral da RepúblicaRaquel DodgeSupremo Tribunal Federal (STF)TSE

Mais de Brasil

Após ordem de Moraes, Anatel informa que operadoras bloquearam acesso ao Rumble no Brasil

Justiça Eleitoral condena Marçal por abuso de poder e o declara inelegível

Alexandre de Moraes determina suspensão do Rumble no Brasil

ViaMobilidade investirá R$ 1 bilhão nas linhas 8 e 9 para reduzir intervalos e reformar estações