Raquel Dodge: Criminalistas avaliam que decisão só poderia ser derrubada pelo plenário do STF (José Cruz/Agência Brasil/Agência Brasil)
Agência Brasil
Publicado em 19 de dezembro de 2018 às 18h37.
Última atualização em 19 de dezembro de 2018 às 19h10.
A Procuradoria-Geral da República recorreu nesta quarta-feira, 19, da liminar do ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal, que suspendeu a prisão de condenados em segunda instância que tenham recursos a serem julgados em tribunais superiores.
A procuradora-geral Raquel Dodge pede que a liminar - que pode permitir a liberação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva - seja suspensa até julgamento da mesma pelo plenário.
"A decisão proferida pelo ministro Marco Aurélio nestes autos terá o efeito de permitir a soltura, talvez irreversível, de milhares de presos com condenação proferida por tribunal. Segundo dados do CNJ, tal medida liminar poderá ensejar a soltura de 169 mil presos no país. A afronta à segurança pública e a ordem pública são evidentes", argumenta Dodge.
"Isto apesar de o Tribunal Pleno do Supremo Tribunal Federal já ter, por diversas vezes, afirmado a constitucionalidade da execução provisória da pena após condenação em segunda instância. A liminar fere o princípio da colegialidade, a Constituição e deve ser prontamente cassada."
O entendimento do STF, de acordo com uma fonte, é que, estando no plantão do judiciário, o presidente da corte, ministro Dias Toffoli, poderia rever a decisão se provocado.
Criminalistas ouvidos pela Reuters avaliaram que a decisão só poderia ser derrubada pelo plenário do STF, mesma interpretação de Marco Aurélio.