Brasil

PGR denuncia 4 desembargadores do TJ-BA por suposta venda de sentenças

Três juízes também são alvos da denúncia que aponta suspeita de organização criminosa e lavagem de dinheiro no tribunal

Tribunal de Justiça da Bahia: procuradores e juízes foram denunciados por suposta venda de sentenças (TJ-Bahia/Divulgação)

Tribunal de Justiça da Bahia: procuradores e juízes foram denunciados por suposta venda de sentenças (TJ-Bahia/Divulgação)

AO

Agência O Globo

Publicado em 10 de dezembro de 2019 às 16h45.

Brasília - A Procuradoria-Geral da República (PGR) apresentou denúncia nesta terça-feira contra quatro desembargadores e três juízes do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA) sob acusação de organização criminosa e lavagem de dinheiro. A acusação é um desdobramento da Operação Faroeste, que investiga um esquema de venda de decisões no tribunal.

Foram denunciados os ex-presidentes do TJ da Bahia Gesivaldo Britto e Maria do Socorro Barreto Santiago (esta em prisão preventiva atualmente), além dos desembargadores José Olegário Monção Caldas e Maria da Graça Osório Pimentel. Também estão entre os alvos os juízes Márcio Reinaldo Miranda Braga, Marivalda Almeida Moutinho e Sérgio Humberto de Quadros Sampaio (este último ainda permanece preso preventivamente). No total, são 15 denunciados, entre magistrados, operadores e produtores rurais.

As investigações continuarão em andamento em relação ao possível crime de corrupção pela venda das decisões. Como há alvos presos, a PGR tinha prazo de 10 dias para oferecer uma denúncia do caso ao STJ. O relator é o ministro Og Fernandes, a quem cabe instruir a denúncia e levá-la para a pauta da corte especial do tribunal — a abertura de ação penal é decidida em conjunto no colegiado.

Segundo nota da PGR, "o esquema envolveu a venda de sentenças e outros crimes que tinham como propósito permitir a grilagem de terras no oeste baiano". Um dos personagens centrais do esquema de grilagem era Adailton Maturino, auto-declarado cônsul da Guiné-Bissau.

A denúncia aponta sinais de aumento patrimonial dos magistrados acima do permitido por seus salários e mecanismos para lavagem de dinheiro desses valores obtidos ilicitamente, como a compra de joias e obras de arte.

A PGR pede ainda a ampliação do afastamento dos magistrados de seus cargos por um prazo de 180 dias (o afastamento inicial havia sido de 90 dias). Também pede que sejam afastados o juiz Márcio Braga e o servidor Antônio Roque do Nascimento Neves, assessor de Gesivaldo Britto - ambos não tinham medidas cautelares decretadas contra si.As defesas foram procuradas para se manifestar sobre a acusação, mas ainda não responderam.

Acompanhe tudo sobre:BahiaJustiçaPGR - Procuradoria-Geral da República

Mais de Brasil

Gás mais barato? Brasil deve assinar acordo com Argentina para ampliar importação, diz Silveira

Eduardo Suplicy diz que está em remissão de câncer após quatro meses de tratamento

Presidente turco viaja ao Brasil com intenção de defender a Palestina no G20

Datafolha: Oito a cada dez brasileiros defendem demissão de funcionários públicos por mau desempenho