André Esteves: segundo a PGR, o banqueiro tinha cópia do acordo de colaboração premiada assinado por Nestor Cerveró (Chris Ratcliffe/Bloomberg)
Da Redação
Publicado em 25 de novembro de 2015 às 20h56.
O diretor-executivo e maior acionista do banco BTG Pactual, André Esteves, continua preso no Rio de Janeiro e só será transferido pela Polícia Federal amanhã (26) para Curitiba, onde se desenvolve parte dos processos da Operação Lava Jato, sob a jurisdição do juiz federal Sergio Moro.
A prisão de Esteves foi determinada pelo Supremo Tribunal Federal, a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR), por envolvimento em uma articulação com o senador Delcídio Amaral (PT-MS), também preso, para impedir a delação premiada do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró, um dos condenados no processo das Lava-Jato.
Segundo a PGR, para evitar a citação de seu nome nas investigações, Delcídio ofereceu R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais) mensais à família de Nestor Cerveró, bem como prometeu intercessão política junto ao Poder Judiciário em favor de sua liberdade, para que ele não fizesse acordo de colaboração premiada com o Ministério Público Federal.
O documento diz ainda que o banqueiro André Esteves arcaria com o custo do auxílio financeiro e que parte desse valor seria justificado como pagamento de honorários advocatícios “a serem convencionados em contrato de prestação de serviços de advocacia entre André Esteves e/ou pessoa jurídica por ele controlada com o advogado Edson Ribeiro”.
Segundo a procuradoria, André Esteves tinha uma cópia de minuta de anexo do acordo de colaboração premiada assinado por Nestor Cerveró, “confirmando e ilustrando a existência de canal de vazamento na Operação Lava Jato que municia pessoas em posição de poder com informações do complexo investigatório”.