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PF revista casa de Jaques Wagner em investigação sobre Fonte Nova

A operação investiga suspeita de fraude milionária envolvendo a Arena Fonte Nova, estádio reconstruído para a realização da Copa do Mundo de 2014

Jacques Wagner: o ex-governador da Bahia pode estar envolvido em superfaturamento do estádio (./Agência Brasil)

Jacques Wagner: o ex-governador da Bahia pode estar envolvido em superfaturamento do estádio (./Agência Brasil)

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Reuters

Publicado em 26 de fevereiro de 2018 às 10h11.

Última atualização em 26 de fevereiro de 2018 às 12h34.

Rio de Janeiro - A Polícia Federal cumpriu mandado de busca e apreensão nesta segunda-feira no apartamento do ex-governador da Bahia Jaques Wagner (PT), em operação que investiga suspeita de fraude milionária envolvendo a Arena Fonte Nova, estádio reconstruído para a realização da Copa do Mundo de 2014.

De acordo com a PF, foram expedidos no total sete mandados de busca e apreensão no âmbito da operação Cartão Vermelho, que investiga irregularidades na contratação dos serviços de demolição, reconstrução e gestão do estádio.

"Os mandados --expedidos pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região-- estão sendo cumpridos em órgãos públicos, empresas e endereços residenciais dos envolvidos no esquema criminoso, e têm por objetivo possibilitar a localização e a apreensão de provas complementares dos desvios nas contratações públicas, do pagamento de propinas e da lavagem de dinheiro", disse a PF em nota, sem identificar os alvos.

O advogado Pablo de Castro, que defende Jaques Wagner, confirmou por telefone que o apartamento de seu cliente em Salvador foi alvo de buscas por parte de agentes da PF na manhã desta segunda. O advogado acrescentou que a defesa ainda não teve acesso integral ao inquérito e irá se posicionar mais tarde.

A Arena Fonte nova foi reconstruída para a Copa do Mundo de 2014 ao custo de quase 700 milhões de reais, em contrato firmado pelo governo da Bahia, então sob comando de Wagner, com as empreiteiras Odebrecht e OAS, ambas envolvidas no esquema de corrupção revelado pela operação Lava Jato.

Segundo a PF, dentre as irregularidades já evidenciadas no inquérito policial estão fraude à licitação, superfaturamento, desvio de verbas públicas, corrupção e lavagem de dinheiro.

"A obra, segundo laudo pericial, foi superfaturada em valores que, corrigidos, podem chegar a mais de 450 milhões de reais, sendo grande parte desviada para o pagamento de propina e o financiamento de campanhas eleitorais", afirmou a PF.

Procurado pela Reuters, o governo da Bahia não estava disponível de imediato para comentar. Representantes da Arena Fonte Nova não responderam de imediato a um pedido de comentário.

Ao menos outros seis estádios construídos ou reformados para a Copa do Mundo também foram alvo de corrupção, de acordo com investigações da PF, incluindo o Maracanã, palco da final do torneio de 2014. Além do estádio no Rio de Janeiro, também foram descobertas irregularidades na Arena Corinthians, em São Paulo, no Estádio Nacional "Mané Garrincha", em Brasília, na Arena Pernambuco, em Recife, na Arena Castelão, em Fortaleza, e na Arena Amazônia, em Manaus.

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