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PF recupera gravuras raras roubadas há 16 anos da Biblioteca Mário de Andrade, em SP

Obras retratam cenas do Rio de Janeiro pintadas à mão por Johann Jacob Steinmann entre 1834 e 1835. Elas estavam com colecionador brasileiro e teriam sido compradas em Londres

Gravuras furtadas há 16 anos da biblioteca Mário de Andrade, em SP, são recuperadas pela PF (Polícia Federal/Divulgação)

Gravuras furtadas há 16 anos da biblioteca Mário de Andrade, em SP, são recuperadas pela PF (Polícia Federal/Divulgação)

Agência o Globo
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Agência de notícias

Publicado em 17 de junho de 2024 às 16h58.

A Polícia Federal recuperou uma obra rara furtada da biblioteca Mário de Andrade, na capital paulista, em 2008. Trata-se de gravuras brasileiras do livro "Souvenirs de Rio de Janeiro", pintado à mão por Johann Jacob Steinmann entre 1834 e 1835. Elas estavam com um colecionador brasileiro, que teria comprado a obra legalmente numa casa de leilões em Londres A obra será submetida à perícia e, depois, devolvida à cidade de São Paulo para que possa ficar novamente à disposição dos brasileiros.

A obra foi recuperada nesta segunda-feira, graças à cooperação policial internacional entre o adido da Polícia Federal no Reino Unido e a Polícia Metropolitana de Londres (Scotland Yard).

Na época, a biblioteca informou que as gravuras haviam sido retiradas com estilete. Elas mostram paisagens cariocas, dos bairros de Santa Teresa e Botafogo, da praia Vermelha e a cidade de Nova Friburgo.

Na época do furto, o então diretor da biblioteca Mário de Andrade, Luís Francisco Carvalho Filho, encaminhou à Interpol (Organização Internacional de Polícia Criminal), que atua em crimes internacionais, um disquete com as imagens levadas.

Além de 12 imagens de Johann Jacob Steinmann, reunidas no livro, foram roubadas 58 gravuras de Johan Moritz Rugendas, 42 de Jean Baptiste Debret, três de Karl Hermann Konrad Burmeister e um livro de orações, em pergaminho, datado de 1501. Os furtos só foram descobertos quando um funcionário tentou retirar a publicação a título de empréstimo e viu que faltavam imagens. Um levantamento mostrou que o prejuízo era grande.

Também foram retiradas com estilete 38 litografias da obra 'Voyage pittoresque et historique au Brésil', de Debret.

As peças foram produzidas nos séculos 18 e 19 e estavam nos fundos da biblioteca. Poucas pessoas tinham acesso ao local, o setor de obras raras da biblioteca. Na época, não foram identificados sinais de arrombamento, o que levou à suspeita de participação de funcionários no crime.

A Polícia Federal ressaltou que é seu papel atuar na salvaguarda do patrimônio cultural brasileiro, na localização e recuperação de obras de arte roubadas ou vendidas irregularmente. "A repatriação das obras literárias representa um marco fundamental para o Brasil, demonstrando um compromisso renovado com a preservação do patrimônio cultural e estabelecendo um precedente essencial para a recuperação de elementos históricos", afirmou a Polícia Federal, em nota.

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