Renan Calheiros tem negado recebimento de propinas no esquema instalado na Petrobras (Ueslei Marcelino/Reuters)
Da Redação
Publicado em 9 de novembro de 2015 às 20h45.
Brasília - A Polícia Federal solicitou ao Supremo Tribunal Federal (STF) um prazo maior para investigar o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL).
O senador é alvo de três inquéritos da Lava Jato, que investiga o esquema de corrupção na Petrobras. A prorrogação do prazo será avaliada pelo relator da Lava Jato no Supremo, ministro Teori Zavascki e pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot.
Renan Calheiros tem negado recebimento de propinas no esquema instalado na Petrobras.
Entre as acusações, o presidente do Senado foi acusado pelo lobista Fernando Falcão Soares, o Fernando Baiano, apontado como operador de propinas do PMDB, como suposto beneficiário de valores ilícitos do esquema de corrupção que se instalou na estatal.
Em sua delação premiada à Procuradoria-Geral da República, Fernando Baiano, acusador do presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB/RJ), citou outros nomes do partido como supostos beneficiários de valores ilícitos do esquema de corrupção que se instalou na Petrobras entre 2004 e 2014.
Ele apontou Renan e Jader Barbalho (PMDB/PA). Também citou um senador do PT, Delcídio Amaral (MS), líder do Governo Dilma Rousseff no Senado, e o ex-ministro de Minas e Energia Silas Rondeau (2005/2007/Governo Lula).
Segundo Baiano, os quatro políticos teriam recebido US$ 6 milhões em propinas na contratação do navio sonda Petrobras 10.000, no ano de 2006.
Baiano afirmou que, em 2010, em reunião com o deputado Eduardo Cunha citou os nomes dos três senadores e do ex-ministro como 'destinatários' de valores referentes à contratação da sonda.
"Que, inclusive, fez menção aos nomes dos políticos Renan Calheiros e Jader Barbalho como destinatários de parte dos valores referentes à primeira sonda", registrou a Procuradoria, no depoimento de Baiano em 10 de setembro de 2015.