Sobre o mandato coercitivo contra João Vaccari Neto, procurador disse que o objetivo é saber sobre as doações de pessoas que mantinham contratos com a Petrobras (Roosewelt Pinheiro/Agência Brasil)
Da Redação
Publicado em 5 de fevereiro de 2015 às 10h31.
Brasília - Em entrevista concedida a pouco, em Curitiba (PR), o procurador-regional da República, Carlos Fernando Lima, disse que a 9ª fase da Operação Lava Jato foi desencadeada a partir de informações de "colaboradores" que se beneficiaram da delação premiada. Acrescentou que a força-tarefa responsável pelas investigações tem trabalhado "no sentido de esgotar ao máximo o caso da Petrobras".
Segundo ele, a empresa investigada em Santa Catarina envolve, supostamente, contratos com a BR Distribuidora. No entanto, destacou que o trabalho ainda é "de semeadura, verificando provas de informações de colaboradores".
Com relação ao cumprimento de mandato coercitivo contra o tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, o procurador disse que o objetivo é saber sobre as doações – legais ou ilegais – de pessoas que mantinham contratos com a Petrobras.
Carlos Fernando Lima destacou que ainda é "muito prematuro falar sobre colaborações em andamento". No entanto, disse que a Polícia Federal tem "informações de doações legais e ilegais de pessoas que tinham contratos com a Petrobras. Os recursos nem sempre passam por destino legal".
Já o delegado da Polícia Federal, Igor Romário de Paula, destacou que o esquema montado "tem operadores importantes". Acrescentou que há "indícios" que leva "a crer que eles operavam como Alberto Youssef e Fernando Baiano". Os mandados de prisão acontecem em Santa Catarina e no Rio de Janeiro
A Polícia Federal desencadeou na manhã de hoje (5) mais uma fase da Operação Lava Jato. Até o momento, dois mandados de prisão temporária foram cumpridos e as pessoas serão levadas ainda hoje para Curitiba, segundo a Polícia Federal. Elas não tiveram seus nomes divulgados.
Cerca de 200 policiais federais, com apoio de 25 servidores da Receita Federal, cumprem 62 mandados judiciais: um de prisão preventiva, três de prisão temporária, 18 de condução coercitiva e 40 de busca e apreensão nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia e Santa Catarina.
Segundo a Polícia Federal, esta fase é fruto da análise de documentos e contratos apreendidos anteriormente pela PF. Também contribuíram para esta nova etapa da operação as informações oriundas da colaboração de um dos investigados, além da denúncia apresentada por uma ex-funcionária de uma das empresas investigadas.
Os envolvidos poderão responder, na medida de suas participações individuais, pelos crimes de fraude a licitação, corrupção ativa, lavagem de dinheiro e associação criminosa.