Polícia Federal: a Operação Encilhamento, deflagrada nesta quinta-feira, 12, prendeu a contadora Meire Poza por suposto envolvimento em esquema de fraudes bilionárias (Vagner Rosário/VEJA)
Estadão Conteúdo
Publicado em 12 de abril de 2018 às 14h02.
São Paulo - A Operação Encilhamento, deflagrada nesta quinta-feira, 12, prendeu a contadora Meire Poza por suposto envolvimento em esquema de fraudes bilionárias contra sistema de Previdência de pelo menos 28 municípios de sete Estados. Ela já está na sede da Polícia Federal em São Paulo.
Meire era contadora do doleiro Alberto Youssef, que fez delação premiada na Operação Lava Jato e apontou o elo do esquema de propinas na Petrobras com o núcleo político - deputados, senadores e governadores.
Ela trabalhava na GFD Investimentos, uma das empresas de fachada do doleiro, usada para lavar dinheiro ilícito e encaminhar propinas a políticos. Meire não fez delação premiada, mas colaborou com as investigações e se tornou testemunha importante da Lava Jato.
Em outubro de 2015, em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, ela se queixou. "Os amigos sumiram, os negócios minguaram, portas fechadas aqui e ali, vida destruída."
Nesta quinta-feira, 12, ela foi presa na Operação Encilhamento, que investiga fraudes de R$ 1,3 bilhão no sistema previdenciário de pelo menos 28 municípios.
A ação é a segunda fase da Operação Papel Fantasma, para apurar fraudes envolvendo a aplicação de recursos de Institutos de Previdência Municipais em fundos de investimento. A investigação suspeita que os fundos tem debêntures sem lastro (título de dívida que gera um direito de crédito ao investidor) que ultrapassam R$ 1,3 bilhão.
A operação, que conta com o apoio da Secretaria de Previdência (SPREV), identificou 28 Institutos de Previdência Municipais que investiram em fundos que, por sua vez, direta ou indiretamente, adquiriram os papéis sem lastro.