Posto da Petrobras: Costa foi demitido da diretoria de Abastecimento logo após Maria das Graças Foster assumir a presidência da Petrobras, em 2012 (Dado Galdieri/Bloomberg)
Da Redação
Publicado em 20 de março de 2014 às 17h50.
São Paulo/Rio de Janeiro - A Polícia Federal prendeu nesta quinta-feira o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa, no Rio de Janeiro, sob acusação de destruir documentos que o envolveriam no esquema de lavagem de dinheiro investigado na operação Lava-Jato, informou a assessoria de imprensa da PF.
Segundo a PF, os grupos investigados na operação Lava-Jato, lançada em Curitiba, registraram movimentações financeiras atípicas num montante que supera 10 bilhões de reais. Costa foi envolvido nas investigações por ter recebido um carro de um doleiro.
O advogado do ex-diretor, Fernando Fernandes, informou por meio de sua assessoria de imprensa que entrará com pedido de habeas corpus junto ao Tribunal Regional do Rio Grande do Sul.
Segundo o advogado, Costa recebeu o carro como remuneração por serviços prestados. "A prisão é injusta", disse o advogado de acordo com nota da assessoria.
Costa foi demitido da diretoria de Abastecimento logo após Maria das Graças Foster assumir a presidência da Petrobras, em 2012. Costa, indicado pelo PMDB para o cargo, foi um dos diretores mais atuantes da gestão do ex-presidente da estatal José Sergio Gabrielli.
A PF informou que a prisão de Costa não tem qualquer relação com a investigação pela Polícia Federal sobre a compra pela Petrobras, em 2006, de 50 por cento de uma refinaria em Pasadena, nos Estados Unidos. Procurada, a Petrobras disse por meio de sua assessoria de imprensa, que, por ora, não comentará o assunto.
Alvo no Congresso
As eventuais irregularidades envolvendo a Petrobras têm sido alvo da oposição no Congresso Nacional e até mesmo de deputados da base aliada insatisfeitos com o Palácio do Planalto.
Recentemente, deputados da base aliada ajudaram a aprovar a criação de uma comissão para viajar a Holanda e acompanhar investigações sobre suspeitas de pagamento de propina pela empresa SBM Offshore a funcionários da estatal.
A oposição busca a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito para investigar a compra estatal.