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PF prende coronel Lima, outro amigo de Temer

Polícia Federal prendeu também o ex-assessor especial da Presidência José Yunes e o ex-ministro da Agricultura Wagner Rossi

PF: Polícia Federal prendeu na manhã desta quinta-feira o ex-assessor especial da Presidência José Yunes e o coronel aposentado da Polícia Militar João Baptista Lima Filho, o coronel Lima (Vagner Rosário/VEJA)

PF: Polícia Federal prendeu na manhã desta quinta-feira o ex-assessor especial da Presidência José Yunes e o coronel aposentado da Polícia Militar João Baptista Lima Filho, o coronel Lima (Vagner Rosário/VEJA)

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Reuters

Publicado em 29 de março de 2018 às 09h44.

Última atualização em 29 de março de 2018 às 10h32.

Rio de Janeiro - A Polícia Federal prendeu na manhã desta quinta-feira o ex-assessor especial da Presidência José Yunes e o coronel aposentado da Polícia Militar João Baptista Lima Filho, o coronel Lima, ambos amigos próximos do presidente Michel Temer, aumentando a pressão sobre Temer no âmbito do chamado inquérito dos portos.

Além deles, também foi preso o ex-ministro da Agricultura Wagner Rossi, outro nome ligado a Temer, e Antonio Celso Grecco, dono da Rodrimar, empresa que opera áreas do porto de Santos que está no centro das investigações. Rossi foi presidente da Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp), que administra o porto de Santos.

As prisões de Yunes e Rossi foram confirmadas à Reuters por seu advogados, enquanto as outras detenções foram noticiadas pela emissora de TV Globonews. A Polícia Federal informou que não vai se manifestar "a respeito das diligências realizadas na presente data" por determinação do Supremo Tribunal Federal. Procurado, o STF não estava disponível de imediato para comentar.

O Palácio do Planalto não respondeu de imediato a um pedido de comentário sobre a prisão de Yunes.

Yunes, que é advogado, e o coronel Lima tiveram seus sigilos bancários quebrados pelo ministro do STF Luís Roberto Barroso na mesma decisão em que foi decretada a quebra do sigilo de Temer no âmbito do chamado inquérito dos portos.

Nesse inquérito, Temer é investigado ao lado de aliados sob suspeita de corrupção passiva e lavagem de dinheiro na edição do decreto para prorrogar os contratos de concessão e arrendamento portuários, que teria beneficiado a empresa Rodrimar S.A., que opera áreas do porto de Santos.

Também como parte dessa investigação, a PF enviou diversas perguntas a Temer no início deste ano, incluindo se ele sabia da entrega de valores pelo doleiro Lúcio Funaro a Yunes e se o presidente orientou Yunes e o coronel Lima a receberem os recursos e se o dinheiro foi usado por Temer.

No início de 2017, em entrevista à revista Veja, Yunes afirmou que teria recebido um "pacote" de Funaro, a pedido do ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha.

"É inaceitável a prisão de um advogado com mais de 50 anos de advocacia, que sempre que intimidado ou mesmo espontaneamente compareceu a todos os atos para colaborar", disse o advogado José Luis Oliveira Lima, que representa Yunes.

O advogado de Rossi, Rafael Chiaradia, disse que seu cliente nunca sequer foi chamado para depor no inquérito dos portos e que desconhece as alegações para a prisão. "Acreditamos que a prisão é abusiva e vamos tentar todos os meios para revertê-la o mais rápido possível", disse.

Não foi possível fazer contato com representantes do coronel Lima, enquanto o advogado de Grecco, da Rodrimar, disse que ainda não tinha detalhes sobre a prisão.

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