Antônio Palocci: ex-ministro foi preso pela PF (Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr)
Luiza Calegari
Publicado em 26 de setembro de 2016 às 09h21.
São Paulo — A Polícia Federal deflagrou nesta segunda-feira (26) a 35ª fase da Operação Lava Jato, prendendo temporariamente o ex-ministro Antonio Palocci. Ele foi ministro da Fazenda no governo Lula e chefe da Casa Civil na gestão Dilma.
Na operação Omertà, como foi batizada, foram expedidos 45 mandados judiciais em São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Bahia, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e no Distrito Federal.
De acordo com a PF, há indícios de que o ex-ministro atuou de forma direta para obter vantagens econômicas à Odebrecht em diversas áreas de contratação com o poder público, tendo sido ele próprio e membros de seu grupo político beneficiados com valores ilícitos.
As investigações apontam que o ex-ministro negociou com a Odebrecht um projeto de lei sobre benefícios fiscais, além do aumento da linha de crédito do BNDES para um país africano com o qual a empresa tinha relação comercial.
As partes também teriam interferido no processo de licitação da Petrobras para a aquisição de 21 navios sonda para exploração de petróleo no pré-sal.
Segundo a revista VEJA, novos indicativos encontrados pela PF envolvem ainda um prédio que seria destinado ao ex-presidente Lula. A Odebrecht teria até comprado um terreno em benefício de Lula.
Na semana passada, o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega, também dos governos Lula e Dilma, chegou a ser preso temporariamente na 34ª fase da Lava Jato, sendo liberado no mesmo dia.
A acusação contra Mantega partiu de um depoimento do empresário Eike Batista, que afirmou que ele teria pedido R$ 5 milhões em nome do PT.
O ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, afirmou durante um evento de campanha eleitoral que haveria uma nova etapa da operação Lava Jato nesta semana.
"Teve a semana passada e esta semana vai ter mais, podem ficar tranquilos. Quando vocês virem esta semana, vão se lembrar de mim", disse.
O Ministério afirmou que a declaração tinha sido uma "força de expressão". Segundo comunicado, a frase "não foi dita porque o ministro tem algum tipo de informação privilegiada ou saiba de alguma operação com antecedência, e sim no sentido de que todas as semanas estão ocorrendo operações".
*Atualizada às 9h21, com informações da Reuters e Estadão