Operação da PF: análises de contas revelaram a participação de uma terceira empresa que não havia sido investigada na operação original (Sergio Moraes/Reuters)
Reuters
Publicado em 31 de janeiro de 2017 às 10h01.
A Polícia Federal deu início nesta terça-feira a uma operação em Pernambuco para investigar mais uma empresa suspeita de corrupção e lavagem de dinheiro em um esquema que envolveu a compra da aeronave que caiu em 2014, matando o então candidato à Presidência Eduardo Campos.
De acordo com a PF, a chamada operação Vórtex é um desdobramento da operação Turbulência, deflagrada em junho do ano passado para investigar um esquema de lavagem de dinheiro em Pernambuco e Goiás que teria movimentado cerca de 600 milhões de reais desde 2010, tendo como alvo os donos do avião em que morreu o ex-governador pernambucano.
Análises das contas bancárias das pessoas e empresas utilizadas para a compra do avião, um Cessna Citation, revelaram a participação de uma terceira empresa que não havia sido investigada na operação original, segundo a PF.
"Ao investigar mais a fundo a empresa remetente dos recursos, verificou-se que ela possui contratos milionários com o governo do Estado e que suas doações a campanhas políticas aumentaram de forma exponencial ao longo dos últimos anos, notadamente para o partido e candidatos apoiados pelo ex-governador do Estado Eduardo Campos", disse a PF em nota.
A Polícia Federal não identificou a empresa alvo da nova etapa da investigação.
Foram expedidos pela Justiça 10 mandados judiciais, sendo 6 de busca e apreensão e 4 de condução coercitiva, todos a serem cumpridos em Pernambuco.
Eduardo Campos, então candidato à Presidência pelo PSB, morreu em agosto de 2014 em decorrência da queda da aeronave em que viajava em Santos, no litoral de São Paulo, durante agenda de campanha. O ex-governador de Pernambuco tinha 49 anos.