Os diamantes eram extraídos ilegalmente da Terra Indígena Roosevelt, em Rondônia (Bruno Kelly/Reuters)
Estadão Conteúdo
Publicado em 24 de setembro de 2020 às 12h03.
Última atualização em 24 de setembro de 2020 às 12h41.
A Polícia Federal deflagrou na manhã desta quinta, 24, a Operação Crassa para desarticular uma organização criminosa dedicada à exploração e ao comércio ilegais de diamantes extraídos ilegalmente da Terra Indígena Roosevelt, em Rondônia.
Cerca de 150 agentes cumprem 53 mandados de busca e apreensão no Distrito Federal e em sete Estados: Rondônia, Mato Grosso, Minas Gerais, Paraná, Piauí, Roraima, São Paulo. As ordens foram expedidas pela 3ª Vara Criminal de Rondônia, que determinou ainda o sequestro de imóveis dos investigados.
As apurações tiveram início em 2018 após a prisão em flagrante de três pessoas com diversos diamantes. O grupo havia ido de São Paulo a Rondônia para comprar as pedras, segundo concluiu a investigação. Na ocasião, o trio admitiu que os diamantes eram da Reserva Roosevelt, diz a corporação.
"Durante as investigações houve êxito na identificação do esquema criminoso que conta com a participação de garimpeiros, lideranças indígenas, financiadores do garimpo, avaliadores, comerciantes e intermediadores que estabelecem a conexão entre os fornecedores e o mercado consumidor nacional e internacional" informou, em nota, a PF.
A 'Crassa' mira crimes de organização criminosa, usurpação de bens da União e lavagem de dinheiro. O nome da operação remete ao estado bruto dos diamantes.
Os investigadores apontaram no início das investigações foi identificada a referência 'Bruto' ao lado dos contatos relacionados a garimpeiros e intermediários do comércio ilegal do mineral na agenda dos indivíduos presos em flagrante.