Interior de Pernambuco: cartel de empresas chefiadas por laranjas levava licitações das prefeituras (Creative Commons/Sergio Sertão)
Estadão Conteúdo
Publicado em 15 de fevereiro de 2017 às 11h16.
São Paulo - A Polícia Federal (PF) avançou na manhã desta quarta-feira, 15, contra uma organização criminosa suspeita de atuar em municípios do agreste do Pernambuco.
Cerca de 70 policiais e 10 integrantes do Ministério da Transparência, Fiscalização e Controle cumprem mandados de busca e apreensão nas cidades de Agrestina, Caruaru, Garanhuns e São João.
Batizada de Cosa Nostra, a operação, segundo a PF, tem como objetivo arrecadar e apreender material para subsidiar a investigação em curso.
Iniciada em junho de 2016, a investigação da Cosa Nostra teve origem em relatórios do Ministério da Transparência e em denúncias de um vereador de um dos municípios investigados.
Foram identificadas a contratação de empresas e a atuação de um cartel formado por empresas que tinham laranjas como sócios.
De acordo com a PF, essa empresas eram favorecidas nas licitações e vinham se sagrando vencedoras de certames para execução de obra públicas com verbas federais, especialmente na área da saúde e da educação e infraestrutura.
A organização criminosa investigada, segundo a PF, era integrada ainda por agentes púbicos municipais que atuavam de modo a fraudar processos licitatórios com direcionamento de seus resultados.
Com base no que foi apurado até o momento, a PF pretende indiciar oito pessoas entre políticos, representantes de empresas e servidores públicos, os quais serão responsabilizados pelos crimes de frustração de caráter competitivo de licitação, fraude na contratação, corrupção ativa e passiva, crime de responsabilidade.