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PF faz busca sobre corrupção em obra da Olimpíada

A Polícia Federal fez uma operação nos escritórios do consórcio responsável pela construção de instalações olímpicas em Deodoro que receberão eventos dos jogos


	Carro da Polícia Federal: PF disse em comunicado que cumpriu mandados de busca e apreensão na sede do consórcio, formado pelas construtoras OAS e Queiroz Galvão
 (Sergio Moraes/ Reuters)

Carro da Polícia Federal: PF disse em comunicado que cumpriu mandados de busca e apreensão na sede do consórcio, formado pelas construtoras OAS e Queiroz Galvão (Sergio Moraes/ Reuters)

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Da Redação

Publicado em 7 de junho de 2016 às 17h05.

Rio de Janeiro - A Polícia Federal fez uma operação nesta terça-feira nos escritórios do consórcio responsável pela construção de instalações olímpicas em Deodoro que receberão eventos dos Jogos Rio 2016, como parte de uma investigação maior sobre corrupção.

A PF disse em comunicado que cumpriu mandados de busca e apreensão na sede do consórcio, formado pelas construtoras OAS e Queiroz Galvão.

"As investigações apontam para fraudes no transporte e na destinação dos resíduos sólidos, com a falsificação de documentos públicos e a oneração de custos", disse a PF em nota.

De acordo com a polícia, também foram cumpridos mandados de busca e apreensão nos escritórios de duas empresas que teriam prestado serviços à construtora responsável pela execução das obras. A Polícia Federal não informou os nomes dessas empresas.

Ainda segundo a nota da PF, a Justiça determinou o bloqueio de 128 milhões de reais que seriam destinados pela Caixa Econômica Federal ao pagamento do Consórcio Complexo Deodoro por causa dos elementos colhidos pela investigação até o momento.

A operação representa o mais recente passo de investigações sobre suspeitas de corrupção envolvendo projetos olímpicos, tanto de arenas como de legado, dos primeiros Jogos a serem realizados na América do Sul, que começam em 5 de agosto.

As construtoras Queiroz Galvão e OAS são alvo também das investigações da operação Lava Jato, que apura um bilionário esquema de corrupção na Petrobras envolvendo outras empresas, partidos e políticos.

Nesta terça-feira, a Queiroz Galvão disse em comunicado que está cooperando com as autoridades. A OAS não respondeu a um pedido de comentário.

Procuradores federais disseram à Reuters no mês passado que estão investigando todos os projetos relacionados aos Jogos que receberam recursos federais, o que inclui obras e serviços em Deodoro e também no Parque Olímpico da Barra.

O comitê organizador Rio 2016 disse, por meio do diretor de Comunicação Mario Andrada, que tanto os organizadores como a Prefeitura do Rio cobram transparência de todas as empreiteiras contratadas para serviços da Olimpíada. Segundo ele, a investigação não terá impacto nas obras de Deodoro.

A Prefeitura do Rio afirmou, em comunicado, que está acompanhando de perto a investigação sobre Deodoro e que todos os pagamentos ao consórcio investigado permanecem suspensos até que o inquérito seja concluído.

O Complexo de Deodoro é o segundo principal pólo de instalações esportivas dos Jogos Olímpicos. Lá serão disputadas modalidades como hipismo, pentatlo moderno, tiro, rúgbi, canoagem slalom e hóquei sobre a grama.

As obras no local, estimadas em mais de 800 milhões de reais, demoraram a sair do papel e eram consideradas umas das maiores preocupações dos organizadores dos Jogos até recentemente, quando finalmente entraram no cronograma previsto.

A Olimpíada do Rio acontece de 5 a 21 de agosto.

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