Marcelo (Valter Campanato/Agência Brasil)
Clara Cerioni
Publicado em 29 de abril de 2019 às 09h52.
Última atualização em 29 de abril de 2019 às 10h14.
São Paulo — A Polícia Federal cumpre na manhã desta segunda-feira (29) sete mandados de busca e apreensão em Minas Gerais relacionados a investigações sobre candidaturas laranjas no PSL, partido do presidente Jair Bolsonaro.
A operação, batizada de "Sufrágio Ostentação", foi autorizada pela 26ª Zona Eleitoral de Belo Horizonte.
Um dos alvos é a sede do partido, que fica em BH. A ação envolve ainda endereços localizados nos municípios de Contagem, Coronel Fabriciano, Ipatinga e Lagoa Santa.
Também foram apreendidos documentos relativos à produção de material gráfico de campanhas eleitorais.
A operação desta manhã faz parte da investigação que apura um esquema de laranjas no partido, revelado pelo jornal Folha de S.Paulo, em fevereiro.
As denúncias recaem sobre Marcelo Álvaro Antônio, hoje ministro do Turismo de Jair Bolsonaro (PSL). Ele é investigado pelo Ministério Público de Minas Gerais e pela PF por supostamente ter usado dinheiro do fundo eleitoral para financiar candidaturas de fachada.
Desde as revelações do esquema de laranjas, a permanência do ministro do Turismo no cargo tem sido cada vez mais questionada.
O governo, no entanto, nega que ele será demitido. Nas últimas vezes em que se pronunciou sobre o caso, o presidente Bolsonaro afirmou que é preciso esperar a conclusão das investigações pelas autoridades. "Só com acusação não vale", afirmou em uma das ocasiões.
No começo deste mês, no entanto, novas revelações trouxeram mais complexidade às investigações, quando a deputada federal Alê Silva (PSL-MG) denunciou que o ministro a ameaçou de morte durante uma reunião no fim de março.
A parlamentar prestou depoimento espontâneo à PF explicando o esquema de candidaturas, que ela confirma ter sido comandado por Álvaro Antônio.
Para investigar as suspeitas, a PF e o MP disseram que receberam documentos que estão sendo considerados importantes para o inquérito — que não tem previsão para ser concluído.
Além disso, há ainda os depoimentos das próprias candidatas, que foram envolvidas no esquema e explicaram como ele funcionou. O ministro nega qualquer irregularidade.