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PF envia ao STF pedido para anular delação de Mauro Cid por contradições

Segundo informações obtidas pela EXAME, o depoimento de Cid realizado nesta terça foi considerado contraditório e omisso. O ex-ajudante de ordens negou participação em plano para um golpe de Estado em 2022

André Martins
André Martins

Repórter de Brasil e Economia

Publicado em 19 de novembro de 2024 às 19h22.

Última atualização em 19 de novembro de 2024 às 19h24.

A Polícia Federal (PF) enviou na noite desta terça-feira, 19, um pedido ao Supremo Tribunal Federal (STF) para a anulação da delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro.

A informação foi divulgada inicialmente pelo portal G1 e confirmada pela EXAME com fontes da corporação.

Segundo informações obtidas pela EXAME, o depoimento de Cid foi considerado contraditório e omisso. Ele negou envolvimento em fatos investigados pela operação Contragolpe, que mira uma suposta organização criminosa acusada de planejar um golpe de Estado para impedir a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva nas eleições de 2022.

Por essa razão, a PF defende que os benefícios concedidos ao tenente-coronel pelo acordo de delação devem ser anulados.

Cid prestou depoimento na sede da PF nesta terça-feira. Horas antes, quatro militares e um policial federal foram presos sob suspeita de envolvimento em um plano para assassinar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice Geraldo Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes, do STF. As investigações indicam que Cid tinha conhecimento do plano e participou da articulação.

O pedido da PF será analisado pelo ministro Alexandre de Moraes. A Procuradoria-Geral da República (PGR) também deve emitir um parecer sobre o tema. Caso o acordo de delação seja anulado, Mauro Cid pode ser alvo de um novo pedido de prisão, dependendo do encaminhamento da PF.

A operação foi deflagrada, segundo integrantes da PF, após a recuperação de dados apagados de aparelhos eletrônicos de Mauro Cid. Conforme reportagem divulgada pelo blog de Daniela Lima, do G1, as informações questionam a veracidade de sua colaboração premiada e levantam suspeitas de omissões relevantes.

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