Repórter de Brasil e Economia
Publicado em 19 de novembro de 2024 às 19h22.
Última atualização em 19 de novembro de 2024 às 19h23.
A Polícia Federal (PF) enviou na noite desta terça-feira, 19, um pedido ao Supremo Tribunal Federal (STF) para a anulação da delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro.
A informação foi divulgada inicialmente pelo portal G1 e confirmada pela EXAME com fontes da corporação.
Segundo informações obtidas pela EXAME, o depoimento de Cid foi considerado contraditório e omisso. Ele negou envolvimento em fatos investigados pela operação Contragolpe, que mira uma suposta organização criminosa acusada de planejar um golpe de Estado para impedir a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva nas eleições de 2022.
Por essa razão, a PF defende que os benefícios concedidos ao tenente-coronel pelo acordo de delação devem ser anulados.
Cid prestou depoimento na sede da PF nesta terça-feira. Horas antes, quatro militares e um policial federal foram presos sob suspeita de envolvimento em um plano para assassinar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice Geraldo Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes, do STF. As investigações indicam que Cid tinha conhecimento do plano e participou da articulação.
O pedido da PF será analisado pelo ministro Alexandre de Moraes. A Procuradoria-Geral da República (PGR) também deve emitir um parecer sobre o tema. Caso o acordo de delação seja anulado, Mauro Cid pode ser alvo de um novo pedido de prisão, dependendo do encaminhamento da PF.
A operação foi deflagrada, segundo integrantes da PF, após a recuperação de dados apagados de aparelhos eletrônicos de Mauro Cid. Conforme reportagem divulgada pelo blog de Daniela Lima, do G1, as informações questionam a veracidade de sua colaboração premiada e levantam suspeitas de omissões relevantes.
Mais informações em instantes.