Glenn Greenwald: jornalista é fundador de site que divulgou conversas de Moro com procuradores (Ueslei Marcelino/Reuters)
Estadão Conteúdo
Publicado em 23 de julho de 2019 às 19h03.
Última atualização em 23 de julho de 2019 às 19h05.
O diretor-geral de Polícia Federal, Maurício Valeixo, afirmou nesta terça-feira, 23, ao Supremo Tribunal Federal (STF) que não há inquérito policial instaurado para apurar a conduta do jornalista Glenn Greenwald. A manifestação foi feita na ação em que a Rede pede que a Suprema Corte declare inconstitucional a abertura de investigações contra o profissional, que é fundador do site The Intercept.
A Rede entrou com ação no STF em 10 de julho, após o vazamento de supostas mensagens entre o então juiz federal Sergio Moro, hoje ministro da Justiça, e membros da Operação Lava Jato, publicadas pelo site.
À Corte, a sigla afirmou que "possivelmente" teria havido um pedido, junto ao Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), de quebra de sigilo de movimentações financeiras de Greenwald.
Recentemente, após um pedido do Tribunal de Contas da União (TCU), o Coaf alegou sigilo e não esclareceu se está realizando algum tipo de análise sobre movimentações do jornalista.
O ministro da Economia, Paulo Guedes, também enviou ao tribunal um ofício no qual se disse "intrigado" com o pedido do tribunal e explicou que apenas o Coaf, por ser um órgão autônomo, poderia dar informações.
Os documentos foram enviados após o ministro do TCU Bruno Dantas relator da representação feita pelo Ministério Público de Contas, solicitar esclarecimento sobre uma notícia publicada no site O Antagonista segundo a qual a Polícia Federal pediu ao Coaf análise de movimentações financeiras do jornalista.
Valeixo por sua vez, afirmou ao STF que foram consultadas as áreas técnicas da PF, "restando evidenciado que não há inquérito policial instaurado com o objetivo de apurar a conduta" do jornalista.