Bolsonaro: há indícios da prática de outros crimes cibernéticos por parte da organização criminosa (Carolina Antunes/PR/Flickr)
Reuters
Publicado em 26 de junho de 2020 às 13h35.
Última atualização em 26 de junho de 2020 às 13h37.
A Polícia Federal deflagrou nesta sexta-feira uma operação com o objetivo de combater uma organização criminosa hacker, especializada na invasão de sistemas informatizados de órgãos públicos, suspeita de ter vazado informações privadas do presidente Jair Bolsonaro e de militares, afirmou uma fonte com conhecimento do assunto à Reuters.
A investigação demonstrou que o grupo acessou exames pessoais de Bolsonaro, conforme a fonte.
Em nota, a PF informou que, conforme o inquérito policial, integrantes do grupo hacker investigado obtiveram e expuseram de forma ilícita dados pessoais de mais de 200 mil servidores e autoridades públicas, com o objetivo de intimidar e constranger tanto as instituições quanto as vítimas que tiveram seus dados e intimidade expostos.
Segundo a apuração, a organização teria invadido sistemas de universidades federais, prefeituras e câmaras de vereadores municipais nos Estados do Rio de Janeiro, Paraná, Goiás e Rio Grande do Sul, de um governo estadual e diversos outros órgãos públicos. Somente no Rio Grande do Sul, foram mais de 90 instituições invadidas pelos hackers.
Há indícios, ainda, da prática de outros crimes cibernéticos por parte da organização criminosa, como compras fraudulentas pela internet e fraudes bancárias. A investigação se concentra na apuração dos crimes de invasão de dispositivo informático, corrupção de menores, estelionato e organização criminosa.
Na nota, a PF informou que a operação --batizada de Capture the flag-- foi realizada nos Estados do Rio Grande do Sul e Ceará, e conta com a participação de 20 policiais federais, que dão cumprimento a três mandados judiciais de busca e apreensão.