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Mantega pediu R$ 5 mi a Eike para pagar dívida do PT, diz PF

Segundo a PF, Mantega teria pedido R$ 5 milhões para Eike Batista, ex-presidente da OSX, no interesse do PT

O ex-ministro da Fazenda Guido Mantega: ele é um dos alvos da operação de hoje da Lava Jato (Marcelo Casal Jr./ Agência Brasil)

O ex-ministro da Fazenda Guido Mantega: ele é um dos alvos da operação de hoje da Lava Jato (Marcelo Casal Jr./ Agência Brasil)

Valéria Bretas

Valéria Bretas

Publicado em 22 de setembro de 2016 às 11h41.

São Paulo - O ex-ministro da fazenda durante os governos de Lula e de Dilma Rousseff Guido Mantega foi o alvo da 34ª fase da Operação Lava Jato,  deflagrada na manhã desta quinta-feira (22).

Preso pelos agentes da PF, o ex-ministro é suspeito de ter pedido R$ 5 milhões para Eike Batista, ex-presidente da OSX, no interesse do Partido dos Trabalhadores (PT) em novembro de 2012. O pagamento, segundo a PF, teria sido operacionalizado por Mônica Moura, esposa do ex-marqueteiro do PT João Santana. A informação teria sido confirmada pelo próprio Eike em depoimento para a Polícia Federal. 

Segundo as investigações, há indícios de que Mantega teria atuado "diretamente junto ao comando de uma das empresas para negociar o repasse de recursos" para o PT com o objetivo de sanar dívidas de campanhas políticas.

A nova etapa da Lava Jato revela uma fraude na construção de duas plataformas da Petrobras, construídas para exploração de petróleo na camada do pré-sal, em 2012.

Naquele ano, um consórcio formado pelas empresas Mendes Junior e OSX, o Integra Offshore, firmou um contrato no valor de US$ 922 milhões com a estatal para a construção das plataformas do pré-sal, mesmo sem ter tradição e experiência neste mercado, segundo o MPF.

A contratação teria se dado, portanto, mediante pagamentos feitos a agentes públicos e políticos.

Cerca de R$ 7 milhões teriam sido transferidos pela Mendes Junior para João Augusto Henriques, um operador financeiro ligado ao PMDB, e para o então diretor internacional da Petrobras, já condenado na Lava Jato. "Os repasses foram viabilizados mediante a interposição de empresa de fachada, que não possuía uma estrutura minimamente compatível com tais recebimentos", diz a nota do MPF.

Além disso, segundo os procuradores da PF, foi identificado um repasse na ordem de R$ 6 milhões pelo Consórcio Integra Ofsshore com base em um contrato falso com a Tecna/Isolux. O valor teria sido transferido no interesse de José Dirceu, preso pela Lava Jato. A PF diz que também há indícios do envolvimento de empresas ligadas ao ex-deputado André Vargas. 

"Ainda há inúmeros fatos e denúncias envolvendo Dirceu. Nós vamos aprofundar as investigações", afirmou o procurador Carlos Fernando em coletiva de imprensa. 

Neste momento, cerca de 180 policiais federais cumprem 49 ordens judiciais, sendo 33 mandados de busca e apreensão, 08 mandados de prisão temporária e 08 mandados de condução coercitiva. São apurados crimes de corrupção, fraude em licitações, associação criminosa e lavagem de dinheiro.

O nome Arquivo X, dado à nova etapa da investigação, é uma referência a colocação do X nos nomes das pessoas jurídicas integrantes de um dos grupos empresariais investigados. 

Veja os detalhes na coletiva de imprensa da 34º fase da Lava Jato. 

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