Polícia Federal disse que a operação desta quinta, batizada de Leviatã, está sendo realizado no Rio de Janeiro, Belém e Brasília, nas casas e escritórios dos investigados (Antônio Cruz/AGÊNCIA BRASIL)
Reuters
Publicado em 16 de fevereiro de 2017 às 09h06.
Última atualização em 16 de fevereiro de 2017 às 11h27.
São Paulo - A Polícia Federal cumpre nesta quinta-feira mandados de busca e apreensão expedidos pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em investigação ligada à Lava Jato contra Marcio Lobão, filho do senador Edison Lobão (PMDB-MA), e o ex-senador Luiz Otávio Campos (PMDB-PA), disse uma fonte com conhecimento da operação.
Em nota divulgada mais cedo a PF informou que a operação, batizada de Leviatã e autorizada pelo ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no Supremo, apura o pagamento de propinas a dois partidos políticos nas obras da usina hidrelétrica de Belo Monte, no Pará.
A Polícia Federal não informou os nomes dos alvos da operação, pois o caso tramita em segredo de Justiça.
Os mandados estão sendo executados no Rio de Janeiro, Belém e Brasília nas residências e nos escritórios de trabalho dos investigados, disse a PF.
Edson Lobão foi recentemente eleito presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado. O colegiado é responsável por sabatinar indicados ao STF, caso do ministro licenciado da Justiça Alexandre de Moraes, e os nomeados para chefiar a Procuradoria-Geral da República, responsável por pedir aberturas de inquéritos e oferecer denúncias contra parlamentares.
"Entre os alvos da operação de hoje estão os principais envolvidos no esquema de repasse de valores aos agentes políticos, que seriam o filho de um senador da República e um ex-senador ligado ao mesmo grupo político", disse a Polícia Federal.
"Os investigados, na medida de suas participações, poderão responder pelos crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa."
Como relator da Lava Jato no Supremo, cabe a Fachin autorizar operações contra parlamentares e ministros, que têm prerrogativa de foro junto ao STF.