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PF atuará com celeridade para elucidar motivo de explosões na Praça dos Três Poderes, diz ministro

Lula estava no Palácio da Alvorada no momento, a quatro quilômetros do local; STF diz que ministros deixaram a Corte em 'segurança'

RICARDO LEWANDOWSKI: ministro do STF concede liminar contra privatização  / Nelson Jr. / STF / Divulgação

RICARDO LEWANDOWSKI: ministro do STF concede liminar contra privatização / Nelson Jr. / STF / Divulgação

Agência o Globo
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Agência de notícias

Publicado em 14 de novembro de 2024 às 06h34.

Última atualização em 14 de novembro de 2024 às 11h04.

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, afirmou que as explosões ocorridas na noite desta quarta-feira, 13, em Brasília, serão apuradas com rapidez pela Polícia Federal, para garantir o funcionamento do Palácio do Planalto, do Congresso e do Supremo Tribunal Federal.

"As forças federais de segurança pública acompanham atentamente os acontecimentos ocorridos na capital do país, na noite desta quarta-feira, e estão preparadas para assegurar o pleno funcionamento dos Poderes constituídos. A Polícia Federal está trabalhando com rigor para elucidar, com celeridade, a motivação das explosões na Praça dos Três Poderes, em frente ao Supremo Tribunal Federal, e nos arredores do Congresso Nacional", afirma nota do ministro.

Entenda o caso

Duas explosões na Praça dos Três Poderes deixaram um morto e um carro incendiado na noite desta quarta-feira. A área foi cercada por policiais, o prédio do Supremo Tribunal Federal foi evacuado e a sessão da Câmara foi suspensa. A Polícia Civil investiga o caso, e a Polícia Federal já abriu um inquérito.

Um corpo foi encontrado nas proximidades da Corte. De acordo com a Polícia Militar do Distrito Federal, houve um "autoextermínio com explosivo".

Após as explosões, o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) iniciou uma varredura no entorno do Palácio do Planalto. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva não estava no Planalto no momento das explosões, mas no Palácio da Alvorada, a quatro quilômetros da área. É no Alvorada também onde ele está reunido agora com o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues.

Após o ocorrido, o presidente do STF, ministro Luis Roberto Barroso, falou por telefone com Lula e com Rodrigues, além da vice-governadora do Distrito Federal, Celina Leão. Barroso também trocou mensagens com o governdor do DF, Ibaneis Rocha, que está na Itália.

Policiais estão cercando a Praça dos Três Poderes e pedindo que as pessoas se afastem. Uma equipe da Polícia Militar está fazendo uma varredura no local para verificar se há outros explosivos. No prédio da Corte, o plenário foi evacuado e a orientação é que ninguém fique próximo às janelas. Além disso, um carro pegou fogo nas proximidades do Anexo IV da Câmara, e policiais também fazem uma varredura agora para saber se há explosivos em outros carros. A Polícia investiga se há relação entre a explosão nas proximidades no STF e o incêndio próximo à Câmara

"Há indícios que é a mesma pessoa que ocasionou uma explosão aqui (perto da Câmara) e correu para o STF", afirmou o Sargento Santos, da Polícia Militar do DF, que desarmou o explosivo no porta-malas do carro. "Era uma bomba caseira, com pólvora e tijolos".

Ele conta que chegou com sua equipe quando ainda saía fumaça do interior do carro e visualizou um suspeito correndo em direção à Corte.

"A gente correu em direção ao veículo e pediu ajuda ao pessoal da Câmara, com extintores. Conseguimos controlar o fogo e retirar todo o pessoal que estava em volta, para que não tivesse vítimas", disse.

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Testemunhas relatam explosões

Em nota, o STF afirmou que "dois fortes estrondos foram ouvidos e os ministros foram retirados do prédio em segurança". O texto diz ainda que "servidores e colaboradores do edifício-sede foram retirados por medida de cautela". A nota acrescenta que "mais informações sobre as investigações devem aguardar o desenrolar dos fatos" e que "a Segurança do STF colabora com as autoridades policiais do DF."

A servidora do Tribunal de Contas da União (TCU) Layana Costa estava esperando o ônibus na frente do Congresso Nacional, quando viu o homem se dirigir ao STF Ele levava uma sacola e chegou a dar um “joinha” para quem estava no ponto do ônibus.

De repente, ela ouviu uma primeira explosão e viu os seguranças do Supremo correrem em direção ao homem. Depois, houve um segundo estouro. Nessa hora, o homem teria caido no chão.

"Ele passou fazendo um sinal para a gente. Ouvi duas explosões", disse ela.

A vendedora ambulante Tais Silva presenciou o momento das explosões. Ela tem uma barraca de bolos e sanduíches no túnel que liga a Câmara à Praça dos Tres Poderes.

"Teve uma primeira explosão na Câmara. Achei que era só um curto circuito, mas depois ouvi mais explosões na frente do Supremo. Achei que era um atentado e fiquei com medo", disse ela.

A Câmara e o Senado também iniciaram, após uma hora das explosões, o processo de evacuação. Deputados fizeram um minuto de silêncio

Identidade do autor e vítima do atentado

De acordo com um boletim de ocorrência divulgado pela GloboNews, o dono do carro que explodiu em Brasília, Francisco Wanderley Luiz, é o mesmo que morreu vítima de outra explosão na Praça dos Três Poderes. A informação ainda não foi confirmada oficialmente pela Polícia Civil do Distrito Federal.

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