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PF admite que Acre pode ser rota de tráfico de pessoas

"É possível que também seja uma rota explorada para atividade ilegal", disse um agente da PF


	Rio Branco, Acre: a embaixada do Senegal solicitou ao governo do Acre a relação dos cidadãos senegaleses que estão atualmente em território acreano.
 (Wikimedia Commons)

Rio Branco, Acre: a embaixada do Senegal solicitou ao governo do Acre a relação dos cidadãos senegaleses que estão atualmente em território acreano. (Wikimedia Commons)

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Da Redação

Publicado em 10 de abril de 2013 às 23h38.

Rio Branco - O haitiano preso pela Polícia Rodoviária Federal na BR-317 (estrada que liga o Acre ao Pacífico), apontado como suposto coiote, foi liberado pela Polícia Federal. Coiote são os agenciadores que mediam o tráfico internacional de pessoas de forma ilegal.

O haitiano portava seis passaportes e disse que os documentos eram de familiares. O superintendente da Polícia Federal no Acre, Marcelo Sálvio Rezende Vieir, informou que os documentos "foram apreendidos e estão sendo objeto de investigação". O haitiano prestou depoimento na Polícia Federal de Epitaciolândia e foi liberado em seguida.

O superintendente da PF não quis entrar em detalhes, mas não descartou a possibilidade de o Acre ter se transformado efetivamente em uma rota do tráfico internacional de pessoas. "É possível que também seja uma rota explorada para atividade ilegal", cogitou Vieir.

Após a assinatura do decreto de Emergência Social na terça-feira, o governador do Acre, Tião Viana, recebeu ligações na manhã desta quarta-feira do chefe de gabinete da Presidência de República, Giles Azevedo, do ministro da Justiça, José Eduardo Cardoso, da secretária executiva do Ministério da Saúde, Maria Aparecida do Amaral, e do embaixador e secretário-geral do Ministério das Relações Exteriores, Eduardo Santos. A Presidência de República solicitou uma reunião interministerial para que fossem debatidos a questão dos haitianos no Acre e o tráfico internacional de pessoas.

"Os ministros e secretários asseguraram que a questão será resolvida com a intensidade que o caso requer", afirmou o secretário de Estado de Comunicação, Leonildo Rosas. A assessoria de imprensa do governo do Acre, no entanto, não soube detalhar quais ações práticas serão aplicadas pelo governo federal. A embaixada do Senegal solicitou ao governo do Acre a relação dos cidadãos senegaleses que estão atualmente em território acreano.

Atualmente, uma média de 30 haitianos por dia chegam a Brasileia. A Polícia Federal estava conseguindo emitir apenas 10 CPF's por dia. O CPF é o documento prioritário para o atendimento ao cidadão em situação em refúgio. "A partir de amanhã, a Polícia Federal nos garantiu que vai emitir 100 documentos por dia", afirmou o representante da secretaria de Justiça e Direitos Humanos em Brasileia, Damião Borges. "A única certeza que eu tenho é que amanhã pelo menos mais 30 haitianos chegarão por aqui".

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