Raul Jungmann: ministro da Segurança Pública afirmou que já são quatro inquéritos instaurados para apurar ameaças (Tânia Rêgo/Agência Brasil)
Estadão Conteúdo
Publicado em 24 de outubro de 2018 às 14h33.
São Paulo - O ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, afirmou nesta quarta-feira, 24, que a Polícia Federal instaurou um inquérito para apurar as ameaças feitas à presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministra Rosa Weber, pelo coronel da reserva do Exército Carlos Alves, que a chamou de "salafrária", "corrupta" e "incompetente".
Ele chegou a dizer que Weber seria derrubada do cargo se houvesse qualquer tentativa no sentido de impugnar a candidatura do presidenciável Jair Bolsonaro (PSL) por causa de denúncia em relação ao envio massivo de mensagens favoráveis ao candidato por Whatsapp supostamente financiado por empresários.
Depois de a Segunda Turma do STF pedir uma apuração do caso, a Procuradoria-Geral da República solicitou a abertura de inquérito à PF ainda na terça-feira, 23. Segundo Jungmann, já são quatro inquéritos instaurados para apurar ameaças feitas à presidente do TSE.
Também na terça-feira, o comandante do Exército, general Eduardo Villas Bôas, pediu ao Ministério Público Militar que investigue o vídeo do coronel da reserva. Nele, Alves diz: "Olha aqui, Rosa Weber, não te atreve a ousar aceitar essa afronta contra o povo brasileiro, essa prova indecente do PT de querer tirar Bolsonaro do pleito eleitoral, acusando-o de desonestidade, de ser cúmplice numa campanha criminosa fraudulenta com o WhatsApp para promover notícias falsas."
O autor do vídeo ainda chamou o STF de tribunal de "canalhas" e "vagabundos" e afirmou não aceitar um resultado nesta eleição que não seja a vitória do candidato à Presidência da República Jair Bolsonaro (PSL).
Em entrevista a jornalistas, Jungmann também comentou que a PF já abriu, desde o início do processo eleitoral, um total de 2007 inquéritos.