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PF abre inquérito para apurar ameaças na internet contra Bolsonaro

Grupo ameaça cometer um atentado contra o presidente eleito em sua posse marcada para a próxima terça-feira

Jair Bolsonaro: a informação sobre a bomba foi publicada na mesma postagem referente à ameaça de atentado (Facebook/Reprodução)

Jair Bolsonaro: a informação sobre a bomba foi publicada na mesma postagem referente à ameaça de atentado (Facebook/Reprodução)

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Reuters

Publicado em 28 de dezembro de 2018 às 15h08.

Brasília - A Polícia Federal abriu um inquérito para apurar ameaças feitas ao presidente eleito Jair Bolsonaro por integrantes de um grupo intitulado Maldição Ancestral numa página da internet em que afirmam que poderiam cometer um atentado contra o presidente eleito em sua posse marcada para a próxima terça-feira, confirmou à Reuters uma fonte com conhecimento do assunto.

A investigação, que ficará a cargo do Setor de Inteligência da PF, tem por objetivo identificar os autores das mensagens. O endereço eletrônico - https://maldicaoancestral.org/ - continuava no ar na manhã desta sexta-feira, assim como a mensagem que envolve Bolsonaro.

"Se a facada não foi suficiente para matar Bolsonaro, talvez ele venha a ter mais surpresas em algum outro momento, já que não somos os únicos a querer a sua cabeça, o Primeiro Comando da Capital e o Comando Vermelho igualmente o querem morto e podem também recorrer a métodos terroristas para isso. Se não for ele, servirá qualquer um de sua equipe, filiados, ou mesmo apoiantes e simpatizantes", diz trecho de mensagem postada no dia 26 de dezembro.

"Dia 01 de Janeiro de 2019 haverá aqui em Brasília a posse presidencial, e estamos em Brasília e temos armas e mais explosivos estocados", acrescenta o texto.

O caso inicialmente começou a ser investigado pela Polícia Civil do Distrito Federal, que realizou buscas por responsáveis por colocar uma bomba na madrugada do Natal em uma igreja em Brazlândia, cidade distante cerca de 55 quilômetros do centro de Brasília. O grupo assumiu a autoria do atentado nessa igreja.

A informação sobre a bomba foi publicada na mesma postagem referente à ameaça de atentado, daí o motivo de a PF ter entrado no caso.

Apesar dessa nova frente de investigação, a Polícia Federal não fez qualquer alteração no protocolo de segurança de Bolsonaro para a cerimônia de posse, disse a fonte. A PF realiza uma espécie de segurança aproximada de Bolsonaro, com agentes acompanhando-o a uma curta distância, por exemplo.

Em entrevista há 10 dias, o atual ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Sérgio Etchegoyen, afirmou que as ameaças contra o presidente eleito continuavam "vivas" e que a decisão de usar ou não um carro aberto na posse do novo governo será tomada no dia da cerimônia.

Na ocasião, Etchegoyen havia observado que apenas um caso de ameaça contra Bolsonaro foi esclarecido até o momento, em referência a uma operação da Polícia Federal que cumpriu mandados no Rio de Janeiro.

"Toda ameaça só deixa de ser ameaça quando é plenamente esclarecida. Se ameaças ainda não foram, são ameaças vivas, é dessa forma que tratamos", defendeu o ministro.

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