Luiz Fernando Pezão: "Sou governador até a meia-noite do dia 31 de dezembro, mas se o vencedor das eleições quiser a prorrogação da intervenção federal, eu peço imediatamente logo depois do resultado das eleições" (Agência Brasil/Agência Brasil)
Agência Brasil
Publicado em 21 de junho de 2018 às 15h43.
O governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão, disse hoje (21) que "seria uma loucura" o próximo governador do estado dispensar o uso das Forças Armadas no combate à violência e ao tráfico de drogas no estado.
Durante o lançamento do Plano Estratégico de Desenvolvimento Urbano Integrado da Região Metropolitana, na Sala Cecília Meireles, no centro, Pezão disse que se o próximo governador do estado desejar a prorrogação da intervenção federal no Rio, ele fará a solicitação ao governo federal tão logo saia o resultado das urnas.
"Sou governador até a meia-noite do dia 31 de dezembro, mas se o vencedor das eleições quiser a prorrogação da intervenção federal, eu peço imediatamente logo depois do resultado das eleições".
A avaliação do governador é de que dificilmente o próximo governador vai querer dispensar o uso das Forças Armadas no Estado. "Eu acho particularmente uma loucura o governante que sentar aqui [na cadeira de chefe do Executivo fluminense] dispensar o uso das Forças Armadas".
Para Pezão, o estado precisa de uma Polícia Rodoviária Federal [PRF] forte e de uma Força de Segurança Nacional forte, assim como precisa da presença forte das Forças Armadas no auxílio ao combate da violência no estado.
"Eu falei no dia em que o presidente Michel Temer assinou a intervenção: vocês vão entrar e não sair nunca mais. É uma dívida que a União tem com a cidade do Rio de Janeiro. Isso era para estar contemplado na fusão [dos estados do Rio e da Guanabara] e também com a perda da capital", disse. "Assim como acontece em Brasília, essa conta da segurança pública tinha que estar contemplada na Constituição: a injeção de recursos da União na segurança pública do Rio".
O governador do Rio disse que os resultados da intervenção federal no estado são visíveis. "Os roubos de carga diminuíram, assim como os de transeuntes e de celulares. Agora, o problema da violência é nacional e eu não tenho dúvida nenhuma que o próximo presidente da República e o próximo governador do Rio dificilmente vai dispensar o uso das Forças Armadas".
Segundo Pezão, o estado hoje está pagando o preço pelo abandono ocorrido no passado, principalmente no que diz respeito ao trabalho da Polícia Rodoviária Federal no patrulhamento das Rodovias de acesso ao estado.
"É só você observar os resultados obtidos de agosto para cá, quando o governo federal decidiu pelo aumento da PRF no estado com mais de mil homens, divididos em 300 por turno".
Os resultados obtidos até agora levaram o governador a defender a continuidade das iniciativas para reforçar o policiamento nas rodovias federais. "A quantidade de armamento e munições que entraram no Rio devido a falta de fiscalização. A gente está vendo que a integração está levando a apreensão seguidas de armas, principalmente por parte da Polícia Rodoviária Federal."
Para o governador, é preciso aumentar também a fiscalização das baías do estado, principalmente a Baía de Guanabara. "A Baía de Guanabara, por exemplo, é uma peneira. Olha como o tráfico se estabeleceu em Angra dos Reis e Parati, que hoje é uma rota internacional do tráfico. Patrulhar as estradas e baías não é atribuição da Polícia Militar ou da Polícia Civil".
Luiz Fernando Pezão disse que o governo do estado está, também, empenhado em fortalecer cada vez mais a questão da segurança pública na Região Metropolitana do Rio. Neste sentido, ele adiantou que governo vai aproveitar que algumas unidades de Policiamento Pacificadora (UPPs) foram desativadas na capital para fortalecer o policiamento na Região Metropolitana e, em particular, na Baixada Fluminense.
"Em julho estão chegando mais viaturas para a segurança pública do estado e vamos destinar a maioria para a Região Metropolitana, principalmente para a Baixada. Também irão unidades para São Gonçalo, Niterói, Maricá e para a Região Metropolitana como um todo".