Luiz Fernando Pezão: na mesma entrevista, vice-governador afirmou que sistema ferroviário "está ganhando credibilidade" e atribuiu recorrentes problemas a "quarenta anos de abandono" (Renato Araujo/ABr)
Da Redação
Publicado em 24 de janeiro de 2014 às 16h49.
Rio - Apesar de ter afirmado na quinta-feira, 23, que estava satisfeito com o trabalho da concessionária Supervia, um dia após o acidente ferroviário que provocou o caos na cidade, o vice-governador do Rio, Luiz Fernando Pezão, usou o Twitter nesta sexta, 24, para divulgar um vídeo com trecho editado da entrevista, em que não aparece a declaração feita por ele.
Na entrevista, realizada no Palácio Guanabara, o repórter do jornal O Estado de S. Paulo havia perguntado ao vice-governador se ele estava satisfeito com a concessionária.
"Estou. É claro que a gente tem de cobrar cada vez mais, mas a Supervia tem um grande grupo por trás, o maior do Brasil, e isso dá tranquilidade para a gente", respondeu Pezão na ocasião, referindo-se à empreiteira Odebrecht.
Todas as outras declarações do vice-governador na mesma entrevista foram publicadas na matéria, reproduzida pelo portal Estadão.com.
Com a repercussão da notícia, Pezão mudou o tom. Ele publicou dez mensagens no Twitter para tentar se justificar. Escreveu que a situação de passageiros andando na linha do trem "não deve se repetir", que os milhares de usuários "devem ser tratados com todo o respeito" e que a Supervia "errou e tem de ser punida por isso".
Nenhum destes termos havia sido usado na véspera pelo vice-governador. Na última das dez mensagens sobre o tema, ele publicou o vídeo editado, sem o trecho da pergunta feita pela reportagem e da resposta em que ele defende a Supervia.
O link publicado por Pezão era antecedido pelo comentário: "O vídeo da entrevista aos jornalistas está aí abaixo". Estavam presentes na entrevista o repórter de O Estado de S. Paulo e uma repórter do jornal O Globo.
Na mesma entrevista, o vice-governador afirmou que o sistema ferroviário "está ganhando credibilidade" e atribuiu os recorrentes problemas a "quarenta anos de abandono". Pezão está há sete anos no cargo.