Petroleiros em greve no Rio (Tânia Rêgo/Agência Brasil)
Da Redação
Publicado em 11 de setembro de 2015 às 22h43.
A Federação Única dos Petroleiros (FUP) debateu hoje (11), no Rio de Janeiro, com os sindicatos da classe a greve nacional da categoria, que pode ser deflagrada nos próximos dias.
No encontro, a FUP orientou os sindicatos que ainda não fizeram assembleias para definir os rumos do movimento.
De acordo com o coordenador geral da FUP, José Maria Rangel, as assembleias devem estar concluídas até o próximo dia 17 e que a pauta de reajuste salarial, cuja data-base é setembro, ainda não foi discutida com a Petrobras.
A campanha deste ano, segundo o sindicalista, também "está focada na prioridade de investimentos na Petrobras".
Os petroleiros criticam a posição da empresa de vender US$ 50 bilhões em ativos para minimizar os impactos da Operação Lava Jato e da queda do preço do petróleo no mercado internacional. Segundo Rangel, o valor equivale a um terço da companhia. A proposta da FUP como alternativa ao plano da empresa é o governo federal financiar os projetos da Petrobras.
Ontem (10), a Petrobras convocou uma reunião de negociação segmentada por subsidiárias com a categoria, mas a FUP não participou. A federação acredita que não é vantajoso para os petroleiros fazer acordos coletivos separados, pois geraria diferenciação de direitos. Uma das propostas da companhia é a opção da redução da jornada de trabalho com diminuição de remuneração.
A proposta contempla a possibilidade de os empregados que atuam no regime administrativo optar por uma jornada de 30 horas semanais (em vez de 40 horas semanais) com redução proporcional da remuneração (25%).
A Petrobras informou que a cláusula será uma opção do empregado, condicionada à aprovação do seu gerente imediato. A empresa diz ainda que essa proposta não abrange os empregados de áreas operacionais, que continuarão com as jornadas de trabalho já estabelecidas no acordo coletivo.
Em nota divulgada nesa sexta-feira, a Petrobras diz "que está aberta ao diálogo para as negociações sobre o acordo coletivo de trabalho".