Tanques de armazenagem de gás natural da Petrobras (Dado Galdieri/Bloomberg)
Da Redação
Publicado em 21 de julho de 2014 às 16h52.
Rio de Janeiro - A Petrobras tem até 2017 para construir e iniciar a operação da termelétrica a gás Azulão, no município de Silves, no Amazonas, sob pena de perder o contrato de concessão do campo de gás de Azulão, descoberto há 15 anos na floresta amazônica.
A informação está na ata de reunião da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) realizada neste mês.
A autarquia, a pedido da estatal, revisou o plano de desenvolvimento do campo de gás.
A térmica, que terá potência instalada de 102 megawatts, utilizará a produção de gás do campo, localizado na Bacia do Amazonas, para a geração de energia, que será escoada pela linha de transmissão Tucuruí-Macapá-Manaus, concluída no ano passado.
A comercialização da energia da usina por meio de leilões do governo deverá começar em 2019.
"Devido as características do projeto e do Leilão A-5 (com entrega da energia em cinco anos) de 2014, a Petrobras direcionou o projeto para este Leilão A-5", informou a estatal à Reuters.
O próximo leilão A-5 está previsto para 30 de setembro.
A Petrobras não divulgou o valor do projeto, observando que o custo da usina é um dos fatores que demonstram o nível de competitividade para o leilão --o total a ser investido só será anunciado se o projeto vencer o certame.
Caso o projeto contrate energia no A-5 e seja concluído no prazo determinado pela ANP, até janeiro de 2017, a térmica permanecerá descontratada por dois anos. A solução seria vender energia de forma antecipada no mercado livre.
Na mesma reunião, a autarquia também determinou prazo até março do próximo ano para a empresa apresentar revisão do plano de desenvolvimento do campo Japiim, também na bacia do Amazonas, descoberto em 2001, que deverá ser integrado ao Azulão.
Aprovado em 2010, o primeiro plano de desenvolvimento de Azulão previa início da produção de gás em 2011. Entretanto, a geração de energia no local, que fica a mais de 200 km de Manaus, foi considerada mais oportuna para a empresa.
Essa modalidade de aproveitamento de gás em regiões remotas, por meio da construção de térmicas, ganhou destaque no país com projeto da então empresa de energia de Eike Batista, MPX (hoje Eneva).
A Eneva gera energia próximo a reservas do campo de Gavião Real, no Maranhão, no qual tem participação.
O país tem malha de gasodutos ainda pouco distribuída, o que traz obstáculos para a comercialização do gás.
Um exemplo é o problema enfrentando pela brasileira HRT, que fez descobertas de gás importantes na Bacia do Solimões, também no Amazonas, mas não encontrou ainda meios comerciais para o aproveitamento do insumo.