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Petrobras sairá mais forte da crise, aposta Skagen

A Skagen, cujo fundo de mercados emergentes superou a referência em oito dos dez últimos anos, está arrebatando ações da estatal


	Plataforma da Petrobras: o escândalo de corrupção também levará a uma melhor governança, segundo o fundo
 (Germano Lüders / EXAME)

Plataforma da Petrobras: o escândalo de corrupção também levará a uma melhor governança, segundo o fundo (Germano Lüders / EXAME)

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Da Redação

Publicado em 30 de março de 2015 às 14h55.

Oslo - A Skagen AS, cujo fundo de mercados emergentes superou a referência em oito dos dez últimos anos, está arrebatando ações da Petrobras, pois acredita que a petroleira estatal vai sair mais forte depois da investigação de corrupção.

Kristoffer Stensrud, um dos fundadores da empresa norueguesa que administra o fundo de mercado emergente Kon-Tiki A, de 51 bilhões de coroas (US$ 6,4 bilhões), disse que agora os investimentos no Brasil também estão baratos de modo geral por causa da desvalorização da moeda.

“Petrobras tornou-se muito impopular e nós compramos uma posição de compreensão”, disse Stensrud, em uma entrevista em Stavanger, Noruega, na semana passada. “Você deve comprar ações de petróleo depois de o preço do petróleo ter caído e não antes”.

O Brasil está tendo dificuldades com sua expansão econômica, a inflação acima da meta e os déficits orçamentários, e os preços do petróleo caíram.

O índice de ações Ibovespa declinou 24 por cento desde setembro para um mínimo em janeiro. A Petrobras desmoronou mais de 60 por cento desde setembro.

Depois de comprar ações em janeiro e em fevereiro, o fundo Kon-Tiki agora tem 1 por cento de seu capital investido na Petrobras.

O fluxo de caixa da empresa vai melhorar no curto prazo, quando os preços do petróleo estiverem mais baixos porque os preços de produtos no varejo são fixados no Brasil, de acordo com Stensrud.

O escândalo de corrupção também levará a uma melhor governança, disse ele.

A petroleira estatal está no centro do maior escândalo de propinas e lavagem de dinheiro do Brasil, que supostamente envolve empreiteiras, executivos e políticos.

O fundo também começou a investir na empresa varejista Companhia Brasileira de Distribuição em fevereiro e aumentou sua fatia na Vale SA neste ano.

Vantagem competitiva

“Múltiplos corporativos estão baixos e a moeda está baixa, o que é uma vantagem competitiva para aquelas empresas que disputam contra as importações”, disse ele.

“E a melhor formulação de políticas pode resultar em uma reavaliação das empresas”

Embora o fundo possua participações em companhias indianas, como o State Bank of India e a Mahindra Mahindra Ltd., Stensrud disse que o mercado indiano já encerrou seu ciclo. O índice Sensex subiu 30 por cento em 2014.

“As cotações corporativas estão altas e começa a haver muitas expectativas”, disse ele. “Vendemos pouco nos últimos seis meses”.

O Kon-Tiki, que deve ter obrigatoriamente 50 por cento de suas participações em mercados emergentes, também investe nos mercados desenvolvidos.

O fundo saiu da Heineken NV em fevereiro e possui ações da ABB Ltd. e da A.P. Møller-Mærsk A/S.

“A Mærsk estava subvalorizada e agora está quase equilibrada”, disse ele. “É uma das que estamos reduzindo”.

Stensrud usa grandes temas como o crescimento global e a expansão da classe média de consumidores nos mercados emergentes para encontrar ações subvalorizadas.

“A história completa está intacta”, disse ele. “Esta é uma enorme mudança para a classe média e isso está acontecendo agora”.

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