Paralimpíada: a petroleira está disposta a comprar direitos de publicidade e marketing de "poucos milhões" de dólares para os Jogos Paralímpicos (Reuters/Ricardo Moraes)
Da Redação
Publicado em 18 de agosto de 2016 às 13h30.
Rio de Janeiro - A Petrobras poderá comprar direitos de marketing para os Jogos Paralímpicos, carentes de recursos e marcados para setembro, afirmou à Reuters uma fonte envolvida nas negociações.
O apoio, se aprovado, poderia ajudar a reduzir o déficit orçamentário dos jogos, agora que um juiz derrubou uma liminar impedindo a utilização de novos fundos públicos para os Jogos Olímpicos e Paralímpicos, que já custaram 40 bilhões de reais.
A petroleira está disposta a comprar direitos de publicidade e marketing de "poucos milhões" de dólares para os Jogos Paralímpicos, disse a fonte.
"A Petrobras tem problemas financeiros próprios, mas ela já foi abordada por organizadores e parece haver espaço para encontrar um bom negócio", disse a fonte, que pediu anonimato porque as negociações estão em andamento.
A Petrobras, que tem quase 125 bilhões de dólares de dívida, a maior da indústria de petróleo, não havia comprado os direitos Olímpicos por causa dos altos custos e limites para o uso de seus atletas patrocinados durante os Jogos, disse a fonte.
A Petrobras quer que os organizadores dos Jogos desistam da proibição da utilização de seus atletas em publicidade e está considerando a publicidade tradicional em locais.
Os custos excessivos, a pior recessão do Brasil em décadas e uma decisão de reforçar a segurança na sequência dos ataques terroristas internacionais aumentaram os gastos orçamentários dos Jogos.
A Petrobras e os bancos estatais Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal e BNDES vão fornecer 100 milhões de reais de patrocínio para os Jogos Paralímpicos antes do evento começar, publicou a Bloomberg News na quarta-feira, citando um funcionário do governo envolvido na negociação.
O apoio do governo foi permitido na quarta-feira, depois que um juiz brasileiro suspendeu uma liminar sobre o uso de fundos públicos para os Jogos.
Em 4 de agosto, o governo federal ofereceu 120 milhões de reais em ajuda de emergência para os organizadores. A cidade do Rio de Janeiro, em melhor forma do que o governo conturbado do Estado do Rio, ofereceu mais de 150 milhões de reais.
O Ministério Público venceu a liminar após argumentar que a restauração dos cortes do governo do Rio em saúde, educação, policiamento, demais serviços públicos, e o pagamento de salários atrasados de funcionários públicos e pensionistas deveriam ter prioridade sobre os Jogos Olímpicos e Paralímpicos.
Sem novos fundos, disse o juiz, o comitê organizador Rio 2016 não seria capaz de pagar deslocamentos, alimentação e uniformes, tornando impossível para alguns países competirem.