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Petrobras não pode ser destruída por denúncias, afirma Dilma

Em discurso de diplomação como presidente reeleita, Dilma disse que denúncias de corrupção não podem destruir a Petrobras

A presidente Dilma Rousseff: Dilma prometeu combater a corrupção e implementar a melhor governança existente em uma estatal (Valter Campanato/ABr)

A presidente Dilma Rousseff: Dilma prometeu combater a corrupção e implementar a melhor governança existente em uma estatal (Valter Campanato/ABr)

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Da Redação

Publicado em 18 de dezembro de 2014 às 21h21.

Brasília - A presidente Dilma Rousseff fez uma veemente defesa da Petrobras em seu discurso de diplomação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) nesta quinta-feira e disse que as investigações da Operação Lava Jato não podem servir para destruir a estatal.

A Petrobras está no centro de investigações da Polícia Federal de denúncias de um esquema de corrupção, envolvendo superfaturamento de contratos de empreiteiras com a estatal e repasse de recursos para partidos políticos.

Dilma pediu um pacto nacional contra a corrupção e disse que "alguns funcionários" da Petrobras foram atingidos pelas investigações, mas que enfrentará esses problemas "com destemor".

"Temos que apurar com vigor tudo de errado que foi feito e temos que criar mecanismos que evitem que fatos como esses possam novamente se repetir", disse Dilma. "Temos que saber apurar e saber punir sem enfraquecer a Petrobras." "Temos que punir as pessoas, não destruir as empresas. Temos que saber punir os crimes e não prejudicar o país ou sua economia", acrescentou Dilma.

As ações da Petrobras acumulam perdas de mais de 40 por cento neste ano.

A petista disse ainda que a corrupção no país é decorrente da herança do patrimonialismo, mas que isso não pode mais servir de álibi "para ninguém e para nada". Ela também reagiu às recentes críticas da oposição de que o PT e o governo sejam sinônimos de corrupção no Brasil.

"A corrupção, como outros pecados, está entranhada na alma humana e cobra de nós a permanente vigilância... Não é defeito ou vício, como querem alguns, exclusivo de um ou outro partido, de uma ou de outra instituição... Tampouco é o privilégio de quem compartilha momentaneamente do poder", disse ela.

Dilma argumentou que a corrupção é um fenômeno resiliente e chegou a hora de um pacto nacional para vencê-la. "Chegou a hora de o Brasil dar um basta nesse crime. Não vão ser emocionalismos e nem tampouco a caça às bruxas que vão fazer isso", afirmou.

"Chegou a hora de firmarmos um grande pacto nacional contra a corrupção envolvendo todos os setores da sociedade e todas as esferas de governo. Esse pacto vai desaguar na grande reforma política que o Brasil precisa promover a partir do próximo ano."

Economia e oposição 

Dilma se comprometeu ainda a controlar a inflação, que tem permanecido acima do teto da meta em 12 meses, e disse que o crescimento da economia "virá mais rápido do que alguns imaginam." As projeções do mercado indicam que o crescimento neste ano ficará abaixo de 1 por cento, enquanto que a proposta de orçamento do governo reduziu a previsão de 2015 para 0,8 por cento.

"Reservo para o meu discurso de posse o detalhamento das medidas que vamos tomar para garantir mais desenvolvimento, mais crescimento econômico", disse. Em recado direto ao PSDB, principal partido de oposição que nesta quinta-feira pediu a cassação do registro da candidatura de Dilma por abuso de poder, Dilma disse que o povo sabiamente decide quem governa e quem faz oposição.

"Como uma eleição democrática não é uma guerra, ela não produz vencidos... O povo, na sua sabedoria, escolhe quem ele quer que governe e quem ele quer que seja oposição. Simples assim", afirmou.

Após o discurso de Dilma, o presidente do TSE, ministro Dias Toffoli, disse que está descartada qualquer revisão do resultado da eleição e que o pleito deste ano é uma página virada para o Poder Judiciário Eleitoral.

"Não haverá terceiro turno na Justiça Eleitoral", garantiu Toffoli. "Que os especuladores se calem... não há espaço, repito, para terceiro turno que possa vir a cassar o voto destes 54.501.118 eleitores", acrescentou o ministro, referindo-se ao número de votos dados a Dilma no segundo turno.

*Atualizada às 22h22 do dia 18/12/2014

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