Sede da Petrobras: (Ricardo Moraes/Reuters)
Da Redação
Publicado em 23 de novembro de 2014 às 14h06.
São Paulo — Sob orientação do então diretor Renato Duque e de seu gerente-executivo na época, Pedro Barusco, a Petrobras gastou R$ 764,9 milhões em acordos extrajudiciais com fornecedores — entre eles estão as empreiteiras acusadas na operação Lava Jato. As informações são de um levantamento realizado pelo jornal “O Globo”.
Os acordos são mecanismos que permitem que a estatal e as contratadas resolvam disputas depois que os contratos estão encerrados, impedindo que elas cheguem à Justiça.
Segundo o jornal, em um dos acordos a Petrobras pagou à UTC Engenharia e à Odebrecht mais de cem milhões de reais por que as empresas entregaram um mês antes do prazo uma unidade de uma refinaria em São José dos Campos (SP) e por que tiveram problemas com raios. O contrato é de 2006.
Em outro caso, ainda segundo O Globo, a estatal aceitou pagar 64 milhões de reais à Mendes Júnior por causa de “dificuldades diversas”. Entre as dificuldades está a presença de formigas que estão em extinção no terminal aquaviário de Barra do Riacho, em Aracruz (ES).
Uma comissão da estatal chegou a pedir mais provas de que as formigas haviam de fato causado problemas, mas a Mendes Júnior acabou recebendo o dinheiro mesmo sem ter prestado os esclarecimentos.
Petrobras, Mendes Júnior e UTC não se manifestaram ao Globo. A Odebrecht disse que seus contratos “foram firmados em total regularidade” e que “a transação extrajudicial é um procedimento comum”.