Paulo Roberto Costa: ex-diretor foi preso em março na primeira etapa da Operação Lava Jato. (Ueslei Marcelino/Reuters)
Da Redação
Publicado em 9 de janeiro de 2015 às 18h35.
Rio - A Petrobras confirmou o envolvimento de dois de seus ex-diretores em irregularidades nos processos de contratação de obras referentes ao Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj).
Em ofício encaminhado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a estatal apontou que suas auditorias internas confirmaram as responsabilidades dos ex-diretores Paulo Roberto Costa (Abastecimento) e Renato Duque (Serviços).
O comunicado é uma resposta da estatal à questionamentos feitos pela própria CVM em relação ao envolvimento de executivos da Petrobras no esquema de corrupção revelado pela Operação Lava Jato, da Polícia Federal.
"Cabe esclarecer que em relação aos dirigentes da Companhia, o relatório da Comissão aponta especificamente responsabilidades dos ex-diretores de Abastecimento e de Serviços", informou o comunicado.
As diretorias eram ocupadas, à época da definição dos contratos do Comperj, por Paulo Roberto Costa e Renato Duque, ambos investigados pela Operação Lava Jato.
O jornal O Estado de S. Paulo já havia noticiado, no dia 17 de novembro, que diretores executivos da companhia tinham sido responsabilizados pelas irregularidades no Comperj e também na aquisição da refinaria de Pasadena, no Texas.
Segundo a Petrobras, foi instaurada uma Comissão Interna de Apuração (CIA) no dia 25/04/2014 para "avaliar os procedimentos de contratação para implantação do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj)".
Os resultados da auditoria foram encaminhados, em novembro, para a Policia Federal do Paraná, Ministério Público Federal do Paraná, Controladoria Geral da União (CGU), além da própria Comissão de Valores Mobiliários (CVM), informa o comunicado.
Paulo Roberto Costa foi preso em março na primeira etapa da Operação Lava Jato.
Em outubro, após acordo de delação premiada com o Ministério Público Federal (MPF), o ex-diretor de abastecimento recebeu o benefício de prisão domiciliar.
Costa denunciou a existência de um suposto cartel de empresas construtoras nos contratos da Petrobras, além de repasses de propinas a ex-diretores e políticos.
Costa também apontou que seu colega na diretoria da Petrobras Renato Duque, ex-diretor de Serviços da estatal, participava de esquemas de cobrança de propina às empreiteiras.
Duque foi preso pela Polícia Federal do Paraná na sétima etapa da Operação Lava Jato, em novembro, mas foi solto após obter um habeas corpus no Supremo Tribunal Federal, em dezembro. A defesa do ex-diretor nega as acusações.