Rio 2016: o comitê vai arcar com 150 milhões de reais, o governo federal com 100 milhões de reais e a prefeitura com outros 150 milhões de reais (Pilar Olivares / Reuters)
Da Redação
Publicado em 23 de agosto de 2016 às 15h15.
Rio de Janeiro - Petrobras, Caixa Econômica Federal e Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) estão entre as cinco estatais que garantirão um aporte de 100 milhões de reais ao Comitê Rio 2016 para a realização dos Jogos Paralímpicos, disse o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha.
Segundo o ministro, a demanda inicial do comitê era por 400 milhões de reais para gastos com transporte, alimentação e hospedagem na Paralimpíada, mas houve uma divisão de responsabilidades.
O comitê vai arcar com 150 milhões de reais, o governo federal com 100 milhões de reais e a prefeitura com outros 150 milhões de reais.
Os recursos a serem liberados pela prefeitura, no entanto, dependem do sucesso de um recurso a ser movido pelo governo municipal contra uma decisão do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do Rio de Janeiro, que impediu o repasse de recursos por conta da eleição deste ano.
Além da Petrobras, da Caixa e do BNDES, a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex) e a Embratur também participarão do aporte.
“Isso será feito com a exposição da marca de cada uma das empresas ou com a exploração da marca do evento em favor das empresas. Placa, banner e a exploração de marca”, disse Padilha a jornalistas no Rio de Janeiro.
O ministro não quis garantir um aporte adicional de recursos aos Jogos Paralímpicos, caso a prefeitura do Rio de Janeiro não consiga derrubar a decisão do TRE.
De acordo com o tribunal, o gasto não está previsto no orçamento e um repasse em ano de eleição municipal poderia configurar crime eleitoral.
O prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB), informou que a prefeitura vai recorrer da decisão do TRE nessa terça-feira e irá argumentar que a verba não tem conotação eleitoral e que o compromisso da cidade com os Jogos Olímpicos e Paralímpicos estavam previstos desde 2009.
A cidade é uma espécie de fiadora dos Jogos e, em caso de prejuízo, os recursos têm que ser bancados pela prefeitura.
“Não há motivação eleitoral", argumentou Paes. Padilha, por sua vez, não quis adiantar que medidas serão adotadas caso o recurso da prefeitura junto ao tribunal eleitoral não tenha sucesso.
"Se acontecer (de o TRE não aceitar o recurso da prefeitura) vamos falar na hora adequada. Não podemos trabalhar com isso ou aquilo”, disse o ministro.
Mais turistas
Ao fazer um balanço da Olimpíada, Paes disse que o Rio recebeu durante o evento um número maior de turistas do que o inicialmente projetado.
Antes da Olimpíada, a Riotur, empresa de turismo da cidade, estimava que a cidade olímpica iria receber cerca de 1 milhão de turistas no período dos Jogos, sendo 350 mil de fora do país e 650 mil do Brasil.
Paes divulgou no balanço dessa terça-feira que a cidade recebeu 1,17 milhão de turistas no período olímpico, sendo 410 mil estrangeiros e o restante, 760 mil, do Brasil.
Entre os “gringos”, a maioria foi de norte-americanos (17 por cento), argentinos (12 por cento) e alemães (7 por cento). Já entre os locais, a maioria foi de pessoas que vieram de São Paulo (43 por cento), Rio Grande do Sul (9 por cento) e Minas Gerais (7 por cento).
Eles gastaram em média cerca de 424 reais ao dia, segundo a prefeitura que antes dos Jogos estimava, pelos cálculos da Riotur, uma injeção de cerca de 5,5 bilhões de reais na cidade com o evento.
“Sempre ouvimos que cariocas e o Brasil eram marcados por jeitinho, mas esses Jogos mostraram muito mais que jeitinho e improviso... trabalho sério e, sem duvida, os Jogos foram um enorme sucesso e fruto do trabalho e da competência do povo brasileiro e carioca”, disse Paes.
As autoridades comemoraram ainda o fato de as estatísticas mostraram que durante os Jogos não foi registrado nenhum caso de Zika vírus, um temor internacional antes da Olimpíada.
“Durante algum tempo houve um grau de alarmismo quase irresponsável de autoridades médicas que levaram a população a imaginar que as pessoas seriam carregadas por mosquitos da Zika aqui no Rio. Foi mais seguro ficar no Rio do que ir para Miami”, disse Paes, numa referência aos casos de Zika registrados no Estado norte-americano da Flórida.