Deputados aprovam criação de comissão externa para investigar denúncia sobre Petrobras, na Câmara (Valter Campanato/Agência Brasil)
Da Redação
Publicado em 12 de março de 2014 às 21h11.
Brasília - Único deputado petista a votar pela criação de uma comissão externa para investigar a Petrobras, Francisco Praciano (AM) afirma que a denúncia de pagamento de propina pela empresa holandesa SBM é forte e merece ser investigada. Praciano afirma que o caso poderia, inclusive, motivar a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito, proposta que a oposição também defende.
"A denúncia é forte, acho até que o instrumento é fraco, a comissão externa não vai muito além do que a mídia já fez, poderia ser caso até de CPI. Se aparecer eu assino, até para manter a coerência", disse. "Não se trata de traição, eu sou PT, sou governo, entretanto tem algumas coisas que não flexibilizo em nome da governabilidade, que são as questões éticas", complementou.
Praciano é presidente da Frente Parlamentar Contra a Corrupção no Congresso e integrante da Organização Global de Parlamentares contra a Corrupção. Diz que o tema é uma bandeira de seu mandato e que por isso ninguém do partido ou do governo sequer o procura na tentativa de impedir quaisquer investigações.
"Sou um PT à moda antiga, com muitos princípios do tempo da oposição. O PT é um partido que sempre defendeu o combate à corrupção", afirmou. "Ninguém me procurou, nem procurei ninguém. Eles já me conhecem. Tenho uma posição bem firme, que independe do partido. Ele sabem que nesse caso eu decido sozinho", disse o petista.
Praciano diz que como a acusação publicada na imprensa trouxe valores, nomes e suspeitas de pagamento de propina é uma obrigação do Congresso apurar a veracidade. "Não tenho compromisso com erro de ninguém", afirmou.
O petista destaca que a justiça holandesa e o Ministério Público brasileiro já estão apurando o caso, mas ressalta que este argumento não serve para impedir a Câmara de tentar avançar no tema. "Com a comissão criada, eu espero agora um trabalho sério, profissional, sem 'oba-oba'. Tem que ser algo para demonstrar respeito com a população", defende o petista.