Renan Calheiros junto ao presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves: protesto na abertura do ano legislativo, no dia 4 de fevereiro, reuniu apenas 20 manifestantes (Ueslei Marcelino/Reuters)
Da Redação
Publicado em 19 de fevereiro de 2013 às 18h06.
São Paulo – É hora de ver se a força das redes sociais se transformará em pressão nas ruas. Nesta quarta-feira, a partir de 12h, grupos contrários à permanência de Renan Calheiros na presidência do Senado farão atos em Brasília para pressionar o parlamentar a deixar o cargo. Como principal arma, a petição online com quase 1,6 milhão de assinaturas, que será impressa e entregue oficialmente a líderes partidários.
O ato é encabeçado pelo Movimento 31 de Julho, do Rio de Janeiro, e por Emiliano Magalhães Netto, autor da petição que obteve o maior número de adesões, além do próprio Avaaz, plataforma de mobilização social em que foi realizado o abaixo-assinado.
Ao meio-dia, o grupo promete colocar no gramado, em frente ao Congresso Nacional, uma bandeira de 153 metros quadrados com a seguinte mensagem: "1,6 Milhão dizem: Fora Renan! Será Que o Senado Vai Ouvir?".
Tanto o Movimento 31 de Julho como o Avaaz, assim como Netto, se dizem apartidários.
Às 13h, será entregue ao Senado a petição contra Renan.
Entre os senadores, Pedro Taques (PDT), Aloysio Nunes Ferreira (PSDB), Eduardo Suplicy (PT), Randolfe Rodrigues (PSOL) e João Capiberibe (PSB) já teriam confirmado presença para receber o documento, segundo o Avaaz.
Todos ficaram pessoalmente contra ou são de partidos de oposição à eleição do político alagoano. No caso de Suplicy, o petista reconheceu ter votado em Renan por orientação partidária.
O voto para a presidência, no entanto, foi secreto, então permanece nebuloso como cada parlamentar de fato votou. Levantamento da Folha de S. Paulo mostrou que 24 senadores juraram ao jornal ter escolhido o adversário de Renan, Pedro Taques, mas o pedetista conseguiu apenas 18 votos.
Supremo
Ainda amanhã, por volta das 16h, será protocolado no Supremo Tribunal Federal pedido para que o ministro Ricardo Lewandowski acelere a análise da denúncia da Procuradoria-Geral da República contra Renan, transformando-a em inquérito no STF.
O senador é acusado pelo Ministério Público de cometer três crimes ao tentar provar, supostamente com notas frias, que teria dinheiro para manter a pensão de sua filha de um caso extraconjugal com a jornalista Mônica Veloso.
Renan se manifestou
Na última sexta, após semanas de exposição na mídia pela movimentação nas redes sociais, Renan Calheiros se manifestou pela primeira vez sobre a petição online, que disse ser “saudável”.
Em nota, desconsiderou a questão do número de adesões. Afirmou que o relevante era a mensagem. “O que importa é saber que a sociedade quer um Congresso mais ágil e preocupado com os problemas dos cidadãos. E assim o será”, afirmou.
O abaixo-assinado contra ele no site de mobilização social Avaaz ainda não atingiu a meta de obter o dobro do número de votos que o reelegeram em 2010.
Renan recebeu o apoio, então, de 840 mil eleitores.