Ladeira dos Tabajaras: atividades dos programas implementados para moradores das comunidades da Ladeira dos Tabajaras, e do Fogueteiro, na região central, foram encerrados (Marcelo Horn/Divulgação Governo do Rio de Janeiro)
Da Redação
Publicado em 6 de maio de 2014 às 13h39.
Rio de Janeiro - Cerca de 30 pessoas, entre funcionários, alunos e simpatizantes de projetos da Secretaria de Estado do Ambiente (SEA), fizeram uma manifestação hoje (6) contra o encerramento das atividades dos programas implementados para os moradores das comunidades da Ladeira dos Tabajaras, na zona sul, e do Fogueteiro, na região central da capital fluminense.
O protesto aconteceu na calçada em frente a sede da SEA, na zona portuária da cidade, e contou com cartazes, bateria de samba e um carro de som. De acordo com os manifestantes, os projetos Fábrica Verde, EcoBuffet, EcoModa, e Comunidades Verdes foram encerrados pelo atual secretário estadual do Ambiente, Carlos Portinho, sem nenhuma justificativa.
“Esse projeto, no núcleo do Fogueteiro, pegou, especificamente, as pessoas de mais idade. Elas foram profissionalizadas, tiveram um curso e assim que começaram a engrenar, a nova gestão resolveu encerrar o projeto sem dar nenhuma explicação: 'não deixem mais ninguém vir porque vocês não recebem mais salário a partir de hoje’", explicou a coordenadora do projeto Comunidades Verdes, Cintia Luna.
Segundo Cintia, o projeto na comunidade do Fogueteiro começou em outubro de 2012 e foi renovado em 2013, com término previsto para outubro de 2014. Porém, por meio de um telefonema da SEA, o programa foi encerrado no dia 10 abril. Esses projetos realizados nas duas comunidades envolviam mais de 100 pessoas.
O Fábrica Verde, por exemplo, lidava com reciclagem de tecnologia para montagem de novos computadores e também oferecia qualificação e montagem e manutenção de equipamentos. O EcoBuffet oferecia curso em técnica de culinária com aproveitamento integral de alimentos, como biscoitos; o EcoModa, oferecia formação em corte e costura e desenho de moda com modelagem, além de utilizar retalhos e sobras de tecidos para a criação de bolsas, roupas e acessórios.
“Ele [o projeto] estava profissionalizando as pessoas de dentro da comunidade, resgatando lixões e tranformando em jardins comunitários, que eram cuidados pelas pessoas. Hoje, sem esse projeto, a gente não tem como remunerar as pessoas para cuidarem desses jardins, que vão voltar a ser lixões. Foi muito antiético. Eles deveriam explicar o porquê do encerramento do projeto", concluiu.
Até o fechamento desta matéria, a Secretaria de Estado do Ambiente não atendeu à Agência Brasil para se posicionar sobre as denúncias feitas pelos moradores.