Brasil

Pesquisas vão abordar desigualdades raciais

Nas áreas exatas, como nas engenharias, produção e construção, a presença é de aproximadamente cinco brancos para cada negro na graduação e na pós


	Professora negra: os selecionados receberão até R$ 30 mil e deverão finalizar a pesquisa até 15 de novembro
 (Flickr/Creative Commons)

Professora negra: os selecionados receberão até R$ 30 mil e deverão finalizar a pesquisa até 15 de novembro (Flickr/Creative Commons)

DR

Da Redação

Publicado em 1 de março de 2016 às 11h06.

A Fundação Carlos Chagas, com apoio da Fundação Ford, lança hoje (1º) o primeiro edital para selecionar pesquisas sobre as desigualdades raciais nas áreas das ciências exatas, biológicas, da saúde e tecnológicas da fundação.

Os selecionados receberão até R$ 30 mil e deverão finalizar a pesquisa até 15 de novembro.

A meta é produzir estudos sobre a presença e atuação de negros tanto como professores quanto como alunos na graduação e na pós-graduação nas áreas das ciências exatas; sobre experiências para atrair e qualificar jovens desde o ensino médio visando inseri-los como pesquisadores nessas áreas e, ainda, realizar pesquisas sobre a participação de negros na história das ciências, com relatos biográficos.

"As ações afirmativas tendem a focar nas áreas das ciências humanas. Esse edital quer provocar um pouco uma discussão em relação a essas outras áreas", diz a Coordenadora do Departamento de Pesquisa da Fundação Carlos Chagas, Sandra Unbehaum.

Segundo o edital, são raros os estudos que consideram essa abordagem.

Dados do relatório Desigualdades de Cor/Raça e Sexo entre pessoas que frequentam e titulados na pós-graduação brasileira: 2000 e 2010,  produzido pela Fundação Carlos Chagas, mostram que, enquanto 50,9% da população brasileira são negros, na graduação há dois brancos para cada negro e, na pós-graduação, três bancos para cada negro.

Nas áreas exatas, como nas engenharias, produção e construção, a presença é de aproximadamente cinco brancos para cada negro na graduação e na pós.

"Não ter uma diversidade limita o campo da possibilidade, de criatividade, de novos estudos", defende Sandra, que acrescenta: "O Brasil tem uma população diversa e todo mundo deveria ter a oportunidade de contribuir com o desenvolvimento do país e, para isso, é preciso ter oportunidade".

A Fundação Carlos Chagas vai oferecer até quatro bolsas de pesquisa voltadas a doutores.

As inscrições devem ser feitas pelo site: http://www.fcc.org.br/fcc/negras-e-negros-nas-ciencias/apresentacao até 31 de março.

Os resultados serão publicados em artigos científicos e apresentados em seminário em 2017.

Acompanhe tudo sobre:EmpresasEmpresas americanasFordMontadorasPreconceitosRacismo

Mais de Brasil

Apesar da alta, indústria vê sinal amarelo com cenário de juros elevado, diz economista do Iedi

STF rejeita recurso e mantém pena de Collor após condenação na Lava-Jato

O que abre e o que fecha em SP no feriado de 15 de novembro

Zema propõe privatizações da Cemig e Copasa e deve enfrentar resistência