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Pesquisa revela queda na compra de produtos pirateados no Brasil

De acordo com a sondagem feita com 1.200 entrevistados de todo o país, três em cada dez brasileiros (30%) declararam consumir produtos piratas

Pirataria: o avanço da tecnologia e novos hábitos do consumidor explicam a retração do consumo desses produtos no país (Getty Images)

Pirataria: o avanço da tecnologia e novos hábitos do consumidor explicam a retração do consumo desses produtos no país (Getty Images)

AB

Agência Brasil

Publicado em 2 de dezembro de 2016 às 20h53.

Pesquisa divulgada hoje (2) pela Federação do Comércio do Estado do Rio de Janeiro (Fecomércio/RJ) e Instituto Ipsos mostra queda na aquisição de produtos pirateados no país.

De acordo com a sondagem, feita entre os dias 30 de julho e 9 de agosto deste ano, com 1.200 entrevistados de todo o país, três em cada dez brasileiros (30%) declararam consumir produtos piratas.

O avanço da tecnologia e novos hábitos do consumidor explicam a retração do consumo desses produtos no país, comparado a pesquisa semelhante em 2011, quando cinco em cada dez brasileiros (50%) admitiram comprar produtos piratas. O resultado de 2016 está abaixo também da média histórica de 40%.

Na avaliação do gerente de Economia da Fecomércio/RJ, Christian Travassos, "de forma mais estrutural, o consumidor tem comprado menos produtos piratas".

No caso especial de CDs e DVDs, a explicação para a tendência de queda da aquisição desses produtos falsos, segundo o economista, está ligada ao fato de o brasileiro estar consumindo mais música, séries, filmes, games (jogos) na TV por assinatura, além da disseminação desses conteúdos na internet.

"As pessoas pagam relativamente menos por esses produtos e não têm necessidade de consumir produtos físicos. Esse é um dado positivo da formalização", acrescentou.

Diversificação

Esse movimento teve impacto sobre o comércio legalizado de CDs e DVDs, que precisou se reformular e adotar outras estratégias de venda, diversificando as funções dos estabelecimentos, que passaram a oferecer outras opções, como literatura, música ao vivo, café e lanchonete, por exemplo.

Por outro lado, o consumidor tem ciência dos malefícios da pirataria no faturamento do comércio e na geração de empregos e arrecadação de impostos.

Do ponto de vista dos falsificadores, o foco está se direcionando mais para calçados, bolsas, brinquedos e roupas, acrescentou ele. Dados da Fecomércio/RJ revelam que dentre os itens piratas mais consumidos estão roupas (14%), calçados e bolsas (10%) e brinquedos (10%).

O economista salientou, entretanto, que embora ainda liderem o ranking de produtos pirateados, com 62% e 56% respectivamente, a parcela de brasileiros que consomem cópias de DVDs e CDs está em queda.

"Ainda são os mais fortes, mas perderam adesão". No caso específico de CDs, houve redução significativa na aquisição, comparado a 2011. Caiu de 81% para 56%.

Justificativa

Entre os brasileiros que informaram preferir produtos falsos, a justificativa para a compra é o preço, apontada por 96% dos consumidores.

A pesquisa revela ainda que dos 30% de brasileiros que compraram algum produto pirata este ano, mais de um terço manifestou arrependimento com a compra: 92% apontaram a baixa qualidade do produto e 16% se queixaram da falta de garantia.

Entre os que informaram comprar produtos piratas, 38% estão na Região Norte, seguida pelas regiões Centro-Oeste (37%), Sul e Sudeste (32%, cada) e Nordeste (28%).

Christian Travassos atribuiu o maior percentual de consumidores de produtos pirateados no Norte e Cenro-Oeste à existência de fronteiras "mais permeáveis", de difícil fiscalização, e também ao menor acesso à internet ou a TVs por assinatura.

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