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Pesquisa para presidente em SP: Lula tem 40%; Bolsonaro, 37%, diz EXAME/IDEIA

Números estão na pesquisa EXAME/IDEIA, que entrevistou 1.200 pessoas entre os dias 16 e 21 de setembro

Lula e Bolsonaro: petista tem vantagem em São Paulo. (Foto Lula: Bloomberg / Foto Bolsonaro: Evaristo Sa/Getty Images)

Lula e Bolsonaro: petista tem vantagem em São Paulo. (Foto Lula: Bloomberg / Foto Bolsonaro: Evaristo Sa/Getty Images)

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Alessandra Azevedo

Publicado em 22 de setembro de 2022 às 00h16.

Última atualização em 22 de setembro de 2022 às 20h19.

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O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem 40% das intenções de voto entre os eleitores de São Paulo, enquanto o presidente Jair Bolsonaro (PL) conta com 37%, segundo a pesquisa EXAME/IDEIA divulgada nesta quinta-feira, 22. Os números são da pesquisa estimulada, quando o entrevistador cita quais candidatos estão concorrendo. 

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Na sequência, aparecem Ciro Gomes (PDT), com 8%, e Simone Tebet (MDB), com 5%. Felipe D'Ávila (Novo), Sofia Manzano (PCB) e Soraya Thronicke (União Brasil) têm 1% das intenções de voto cada, em SP. Os outros candidatos não pontuaram. Veja o relatório completo.

(Arte/Exame)

Os números não são muito diferentes da última pesquisa EXAME/IDEIA com foco em eleitores de São Paulo, publicada em 9 de junho. Naquele mês, Lula tinha 39% e Bolsonaro, 35%. Ciro contava com 6% das intenções de voto, Tebet tinha 4%. 

Outros pré-candidatos à época, que não estão mais na disputa, como André Janones (Avante), Luciano Bivar (União Brasil) e Pablo Marçal (Pros), tinham 1% cada. Em junho, as campanhas ainda não tinham começado, e os partidos não tinham lançado os candidatos oficialmente. 

O percentual de pessoas que ainda não sabem em quem votar agora está em 2%. Na pesquisa anterior, 8% diziam não saber. Além disso, 5% dos entrevistados afirmam que não votarão em ninguém ou que votarão em branco ou nulo, índice que era de 3% em junho.

A vice-presidente do instituto de pesquisa IDEIA, Cila Schulman, avalia que, para vencer, Bolsonaro precisa avançar nos estados do Sudeste, que concentram os maiores colégios eleitorais do país, e onde ganhou por uma margem confortável em 2018.

"Empatar estatisticamente em São Paulo, onde o presidente venceu com 60% dos votos válidos na sua primeira eleição, não será suficiente para uma vitória, já que Lula domina a preferência na região Nordeste, a segunda maior em número de eleitores", diz Schulman.

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Para a pesquisa, foram ouvidas 1.200 pessoas entre os dias 16 e 21 de setembro. As entrevistas foram feitas por telefone, com ligações tanto para fixos residenciais quanto para celulares. A margem de erro é de três pontos percentuais para mais ou para menos, com nível de confiança de 95%. 

A sondagem foi registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com o número BR-09090/2022. A EXAME/IDEIA é um projeto que une EXAME e o IDEIA, instituto de pesquisa especializado em opinião pública.

A disputa está mais acirrada em São Paulo do que no país, em geral. A última pesquisa EXAME/IDEIA que avaliou o cenário nacional, divulgada em 25 de agosto, mostra Lula com 44% das intenções de voto e Bolsonaro com 36%. A distância entre os dois caiu de 11 para 8 pontos percentuais em cerca de um mês.

Lula lidera em mais regiões paulistas

De acordo com a pesquisa, Lula está na frente da disputa em dez regiões paulistas, enquanto Bolsonaro ganha em cinco:

  • Capital: Lula tem 38%; Bolsonaro, 38%
  • Região metropolitana: Lula tem 44%; Bolsonaro, 32%
  • Região macro metropolitana: Bolsonaro tem 39%; Lula, 36%
  • Litoral sul: Lula tem 60%; Bolsonaro, 27%
  • Vale do Paraíba: Bolsonaro tem 54%; Lula, 28%
  • Campinas: Lula tem 40%; Bolsonaro, 35%
  • Ribeirão Preto: Lula tem 42%; Bolsonaro, 27%
  • São José do Rio Preto: Bolsonaro tem 48%; Lula, 15%
  • Araçatuba: Lula tem 50%; Bolsonaro, 40%
  • Araraquara: Lula tem 54%; Bolsonaro, 25%
  • Assis: Lula tem 53%; Bolsonaro, 20%
  • Bauru: Lula tem 46%; Bolsonaro, 24%
  • Itapetininga: Bolsonaro tem 58%; Lula, 33%
  • Marília: Bolsonaro tem 46%; Lula, 31%
  • Piracicaba: Lula tem 43%; Bolsonaro, 40%
  • Presidente Prudente: Lula tem 38%; Bolsonaro, 33%

Bolsonaro ganha entre os mais ricos

De acordo com a pesquisa, 63% dos eleitores paulistas com renda familiar de até um salário mínimo (R$ 1.212 este ano) dizem que votarão em Lula; 17%, em Bolsonaro. Entre os que recebem de um a três (R$ 3.636) salários mínimos, 41% pretendem votar no petista e 34%, no atual presidente. 

Bolsonaro pontua melhor entre os mais ricos: tem 45% das intenções de voto entre quem recebe de três a seis (R$ 7.272) salários mínimos, contra 34% de Lula nesse grupo. Dos paulistas com renda familiar acima de seis salários mínimos, 54% pretendem votar em Bolsonaro e 13%, em Lula.

Lula se destaca entre pessoas com menor nível educacional, com 51% das intenções de voto. Em junho, no entanto, 56% desse eleitorado dizia que votaria nele. Bolsonaro, que tinha 11% no grupo e perdia para Ciro Gomes, que tinha 14%, agora tem 17% e empata com o pedetista. 

O ex-presidente também lidera entre quem tem ensino fundamental, com 54%, enquanto Bolsonaro tem 25%. Os dois estão praticamente empatados entre pessoas com ensino médio completo, Bolsonaro com 40% e Lula com 37% nesse recorte.

Já entre os eleitores com ensino superior, Bolsonaro tem mais do que o dobro das intenções de voto de Lula: 48% contra 23%. O número continua praticamente igual à pesquisa de junho.

A pesquisa também mostra que 44% das pessoas que se declaram brancas em São Paulo pretendem votar em Bolsonaro e 34%, em Lula. Entre as pessoas pretas, Lula tem 43% e o presidente, 28%. A intenção de voto dos eleitores pardos é de 45% para o ex-presidente e 35% para Bolsonaro.

Lula cresce entre os mais jovens

Em São Paulo, Lula ampliou a vantagem entre o eleitorado mais jovem. Ele tem 61% das intenções de voto entre pessoas de 16 e 24 anos, enquanto Bolsonaro conta com 14%. Em junho, o petista tinha 55% dessa faixa etária e o presidente, 18%.

Lula, que na pesquisa anterior pontuava 44% entre os eleitores de 25 a 34 anos, agora tem 50% nesse grupo, contra 19% de Bolsonaro. O presidente, por outro lado, tem 53% dos votos de eleitores com 60 anos ou mais, enquanto o candidato do PT tem 26%. 

Bolsonaro também ganha entre eleitores paulistas de 45 a 59 anos, com 47% das intenções de voto. Lula tem 33% desse eleitorado. Na faixa entre 35 e 44 anos, os dois estão praticamente empatados: Lula com 40%, Bolsonaro com 37%.

Lula amplia vantagem entre católicos e Bolsonaro, entre evangélicos

Lula se destaca entre os católicos e entre pessoas de outras religiões, enquanto Bolsonaro lidera entre os evangélicos e entre quem não tem religião. 55% dos católicos de SP dizem que votarão no ex-presidente, um crescimento de três pontos percentuais nesse público em relação a junho. Bolsonaro pontuou 20% entre o eleitorado católico, um ponto percentual a menos do que na última pesquisa.

Já entre os evangélicos, o movimento é o contrário. O presidente tem 58% das intenções de voto, três pontos percentuais a mais do que em junho, e Lula tem 20%, um a menos. Segundo a pesquisa, 39% das pessoas de outras religiões pretendem votar no petista, e 32%, em Bolsonaro. Em contrapartida, 47% dos que não têm religião preferem Bolsonaro e 37%, Lula.

Avaliação do governo melhora em SP

De acordo com a pesquisa, a avaliação do governo Bolsonaro entre os paulistas melhorou: 40% consideram o governo ruim ou péssimo, 34% dizem que ele é ótimo ou bom e 25% afirmam que é regular. Em junho, 43% consideravam o governo ruim ou péssimo, 33% o avaliavam como bom ou ótimo e 24%, como regular.

Mais pessoas também dizem que o atual presidente merece ser reeleito, percentual que cresceu de 43%, em junho, para 45%, em setembro. 48% ainda acham que ele não merece a reeleição, um ponto percentual abaixo da pesquisa anterior. Os outros entrevistados responderam que não sabem.

Cila Schulman destaca que 69% dos eleitores das classes D e E não acham que Bolsonaro merece um segundo mandato. O percentual chega a 73% entre jovens de 16 e 24 anos. De outro lado, cai para 38% nas classes A e B. "Numa reeleição, que para alguns cientistas políticos é considerada como um recall, trata-se de um dado preocupante para o incumbente", avalia.

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